quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Grécia vive seu segundo dia de greve geral pelos novos cortes

A Grécia se encontra paralisada pelo segundo dia consecutivo nesta quinta-feira devido a uma greve geral convocada pelos sindicatos em protesto pelas novas medidas de austeridade que devem ser votadas no Parlamento esta noite.
Durante todo o dia não circularão trens, táxis e navios. O transporte público em Atenas é interrompido nas primeiras e nas últimas horas da jornada, mas funciona durante o dia para que os trabalhadores possam participar das manifestações.

Os voos recuperaram a normalidade, mas os serviços de saúde, ensino, administração pública e Justiça, assim como as empresas e a indústria, seguirão afetados pela greve convocada contra os novos cortes nos vencimentos, demissões e aumento de impostos.

Devem repetir-se nesta quinta-feira as manifestações que foram registradas ontem nas grandes cidades do país, convocadas a partir das 7h (horário de Brasília).
Entre 70 mil pessoas (segundo fontes policiais) e 120 mil (segundo os sindicatos) participaram ontem dos protestos em Atenas, onde enfrentamentos entre radicais e policiais deixaram o saldo de 34 feridos --28 deles agentes da ordem-- e mais de 30 detidos.

O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, convocou para as 9h de Brasília um conselho ministerial extraordinário para tratar da posição grega na cúpula europeia do próximo domingo, que deverá ser determinante para sondar a disposição dos parceiros em outorgar um segundo resgate financeiro a seu país.

Após o Parlamento grego aprovar de forma preliminar na noite de ontem o polêmico projeto com as novas medidas de austeridade, nesta quinta-feira será a vez de os artigos serem analisados um a um pelos legisladores.

Além disso, se espera para hoje a publicação de um relatório da Comissão Europeia (CE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE) sobre os progressos alcançados pela Grécia para sanear seu déficit fiscal. O relatório é determinante para a entrega de um lance creditício de 8 bilhões de euros indispensável para que Atenas possa pagar salários e pensões.

APERTO FISCAL

Os manifestantes protestam contra o projeto de lei que contempla novas medidas de austeridade para reduzir a colossal dívida da Grécia imposto por seus principais credores internacionais.

O aperto fiscal tem sido a resposta do governo grego para atender às exigências do trio de credores conhecido como "troika" (UE, FMI E BCE).

Sindicatos, oposição e alguns economistas afirmam que as medidas só irão conduzir a Grécia a uma maior recessão. Muitos pediram a queda do governo socialista de Papandreou.

"Queremos que eles saiam, porque eles só podem nos trazer miséria", disse Dina Kolovou, 46, trabalhador municipal. "Este vai ser um enorme protesto."
fonte: folhasp.com.br

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