sábado, 31 de março de 2012

GREVE GERAL - Espanha

      A GREVE GERAL na Espanha só paralisou 
      pouco mais de 75% da mão-de-obra do país: 23% da força de trabalho já encontrava-se  desempregada!

Trabalhadores contrários a uma reforma trabalhistas que o governo considera indispensável participaram de uma greve geral na Espanha nesta quinta-feira, paralisando fábricas e portos e protagonizando rompantes de violência nas ruas.

Centenas de milhares  participaram de manifestações em geral pacíficas em 110 cidades espanholas, agitando bandeiras vermelhas e batendo tambores contra os cortes orçamentários promovidos pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy, eleito há quatro meses com a tarefa de sanear as contas nacionais.

No centro de Barcelona, a polícia usou balas de borracha para dispersar multidões depois de jovens encapuzados atirarem pedras em vitrines e incendiarem contêineres de lixo.

O desemprego atinge 23 por cento da força de trabalho espanhola, e quase metade dos jovens. A reforma proposta por Rajoy facilita a demissão de empregados e acaba com o sistema nacional de negociação trabalhista coletiva.

"Não temos muita esperança, mas isso é só o começo", disse Trini Cuesta, de 58 anos, funcionária de um hospital público em Barcelona. "Não é só a reforma trabalhista, somos contra as políticas que estão provocando a ruína social e econômica. Os protestos sociais devem aumentar."

A greve afetou a produção de fábricas numa faixa que vai de Barcelona, no noroeste, a Cádiz, no sudoeste. Sindicatos afirmaram ter havido paralisação total na GM, Renault, ArcelorMittal e Acerinox. Transportes urbanos tiveram apenas um serviço mínimo, acertado previamente. A Alhambra, palácio mourisco do século 14 em Granada (sul), ficou fechada aos turistas.


O governo diz que não vai abrir mão da reforma trabalhista, e a ministra do Trabalho, Fátima Báñez, disse que "a agenda para a reforma é imparável". O Parlamento fez hora extra na quinta-feira, sob forte proteção policial nos arredores, para aprovar cinco iniciativas do governo.

Novo alvo das especulações dos mercados financeiros na Europa, a Espanha tratou de se antecipar à crise de credibilidade e anunciou sexta-feira uma nova rodada de medidas de austeridade para enfrentar o déficit público do país, que chegou a 8,53% do PIB em 2011 - bem acima dos 6% estimados. Em uma decisão drástica e histórica, o governo de Mariano Rajoy propôs cortes de 27 bilhões no orçamento com o objetivo de reduzir as dúvidas dos investidores sobre a capacidade do país de honrar seus compromissos.

A decisão foi tomada um dia depois da greve que mobilizou pelo menos 800 mil pessoas nas ruas das maiores cidades o país, como Madri e Barcelona. 

Manifestação na Puerta del Sol, em Madrid.
O ministro do Orçamento, Cristobal Montoro, informou a que os cortes compunham "o maior esforço de consolidação fiscal de nossa história democrática", com o objetivo de ser "crível em 2012". As primeiras medidas dizem respeito à própria administração. Todos os ministérios terão gastos reduzidos em média de 16,9% - ou 17,8 bilhões, sendo o de Infraestrutura o mais prejudicado.

Além disso, os servidores públicos terão os salários congelados ao longo do ano - depois de terem sofrido uma redução de 5% em 2010, promovida pelo governo do socialista José Luis Rodriguez Zapatero. Já a previsão de reajustes de pensões e aposentadorias será mantida, assim como do seguro desemprego, de bolsas de estudo e de programas sociais.


Greve na aeroviária Iberia afetou mais de 350 voos

A greve de 48 horas iniciada nesta terça-feira pelos tripulantes da companhia espanhola Iberia forçou o cancelamento de 368 voos, alguns deles para o Brasil, e afetará cerca de 40 mil passageiros. Os tripulantes convocaram os dois dias de paralisação em protesto pela estagnação das negociações com a companhia aérea sobre aumento salarial. Dos 368 trajetos que serão afetados, 121 são internacionais, alguns deles com passagem por São Paulo. As interrupções foram convocadas pelos sindicatos CTA e Sitcpla, que solicitam da Iberia um aumento salarial para 2008 e 2009 de 4,138%, o que a empresa não aceita.


fonte: folhasp / estadao.com.br

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