quinta-feira, 17 de maio de 2012

Metroviários de São Paulo prometem greve para dia 23


Em assembleia realizada na noite desta quarta-feira, os integrantes do Sindicato dos Metroviários decidiram entrar em greve a partir das 0h da próxima quarta (23). A proposta do Metrô de São Paulo, de reajuste salarial de 4,65%, não foi aceita. A categoria exige aumento de 14,99%.

Apesar de a decisão já ter sido votada, uma nova assembleia deve ocorrer na noite da próxima terça-feira (22), para analisar uma eventual contraproposta do Metrô.

Contatada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Metrô disse que a empresa continuará a negociar com os metroviários. Em nota, o Metrô afirmou ainda que "deverá entrar com uma medida cautelar inominada para garantir a prestação de serviços".

ACIDENTE

O anúncio da greve vem no mesmo dia em que um acidente envolvendo dois trens na linha 3-vermelha deixou ao menos 49 pessoas feridas.

A batida entre os dois trens ocorreu por volta das 9h50 desta quarta entre as estações Penha e Carrão (zona leste) e ninguém ficou ferido com gravidade...

Mais cedo, o presidente do Metrô de São Paulo, Peter Walker, disse que a causa mais provável da batida entre os dois trens foi uma falha no sistema eletrônico de controle.

Por conta do acidente, a linha 3 ficou parcialmente interrompida por cinco horas entre as estações Carrão e Penha, no sentido Palmeiras/Barra Funda. O trânsito na Radial Leste, que margeia as estações Penha e Carrão, parou no sentido bairro-centro.

Sindicato diz que acidente foi causado por falta de investimento do metrô

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo atribuiu à falta de investimentos do Metrô a causa da batida entre dois trens da linha 3-vermelha, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (16).

"Consideramos que a falta de profissionalismo e o avanço da terceirização e do amadorismo têm contribuído para uma série de problemas. Hoje foi mais um", afirmou o secretário de comunicação do sindicato, Ciro Moraes dos Santos.

Para o sindicalista, a superlotação no metrô também pode ser considerada uma das causas.

"Foi falha de equipamento de via. O trem não poderia se movimentar. Se for atribuído a uma falha humana será mais uma covardia deles da atribuir a outros a própria negligência", disse Santos.

O presidente do Metrô de São Paulo, Peter Walker, disse que a causa mais provável da batida foi uma falha mecânica.

Outros Estados. O movimento por reajuste de salários não ocorre apenas na capital paulista. Em Belo Horizonte, a greve entra hoje no quarto dia. Ontem, porém, a realização de escala mínima determinada pela Justiça e a opção de parte dos passageiros por outros meios de transporte ajudaram a reduzir drasticamente o caos registrado na segunda-feira, primeiro dia de paralisação, quando nenhum trem saiu dos pátios.

O metrô de Belo Horizonte transporta 215 mil pessoas em dias normais. Na manhã de ontem, porém, segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), aproximadamente 57 mil pessoas passaram pelas 19 estações de Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana. A escala mínima foi determinada ainda na segunda-feira pela Justiça do Trabalho, que estipulou multa de R$ 30 mil em caso de descumprimento.

Os trabalhadores do metrô de Belo Horizonte reivindicam reajuste de 5,74%, plano de saúde integral, participação nos lucros e resultados (PLR) e adicional noturno de 50%. A CBTU não fez contraproposta e, por meio de nota, informou que está em negociação para um acordo coletivo.

Recife. A greve dos funcionários do metrô do Recife, iniciada anteontem, não tem prejudicado os usuários.

A categoria decidiu que trabalharia normalmente nos horários de pico - das 5 horas às 8h30 e das 16h30 às 20 horas. No período sem funcionamento, os trechos são cobertos por ônibus.

A estimativa é de que 80% dos 280 mil usuários diários tenham sido atendidos. De acordo com o sindicato da categoria, a estratégia é não prejudicar a população. Os funcionários do metrô de João Pessoa, que faz a linha João Pessoa/Cabedelo, também paralisaram e por reivindicação de reajuste salarial. Ambos são gerenciados pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).


fonte: folhasp.com.br / estadao.com.br

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