quarta-feira, 6 de junho de 2012

Greve do apito ameaça temporada da NFL (Liga de Futebol Americo EUA)


A arbitragem esportiva talvez seja uma das profissões mais polêmicas, contestadas e – por que não – xingadas de todas. Muitas vezes os torcedores reclamam sem razão, de forma imparcial, embalados pela paixão por seus times favoritos. E na NFL, estamos perto de ter uma piora significativa nesse panorama.

Assim como ocorreu na offseason do ano passado envolvendo os atletas, ao final da temporada 2011 encerrou-se a validade do contrato trabalhista entre a liga e os árbitros, representados pela NFLRA (sigla em inglês para Associação dos Árbitros da NFL). Ou seja, enquanto ambas as partes não chegarem a um acordo sobre temas como salário e benefícios, os zebras (assim apelidados nos EUA pela coloração de seus uniformes) filiados à associação estão impedidos de apitar jogos da NFL.

As conversas para renovação estavam em andamento, mas a coisa desandou na última segunda. Resumindo, os juízes não estão contentes com o aumento proposto pela liga, e acusam seus patrões de tentarem acabar com um fundo de pensão que existe desde 1974. De acordo com a proposta da NFL, os árbitros assinariam um contrato de sete anos de duração, com aumentos que variam de 5 a 7% ao final de cada ano de trabalho.

Ou seja, os juízes novatos, que atuaram pela primeira vez em 2011 e ganharam em média US$ 78 mil nessa temporada, receberiam até US$ 163 mil de salário no último ano de contrato. Mais que o dobro de aumento no período de sete anos. Vale lembrar que os árbitros da NFL não têm no futebol americano sua renda principal, e a maioria encara o apito como um segundo emprego. Uma boa grana para um “bico” de fim de semana, considerando que o salário mínimo para um trabalhador em período integral nos EUA gera, em média, US$ 14 mil em um ano.

E diante do impasse, sob o risco de o acordo não sair a tempo, a NFL anunciou nesta semana que está atrás de árbitros substitutos para a próxima temporada. Seriam juízes já aposentados, zebras que atuam em pequenas conferências da liga universitária e até aqueles que apitam jogos de futebol americano de arena. O treinamento com os novos contratados começaria na semana que vem.

Talvez apenas uma manobra da NFL para pressionar a NFLRA, e mostrar que conseguiria tocar a próxima temporada sem chegar a um acordo com os “titulares”. Mas a notícia já começa a tirar o sono dos mais fanáticos. Se todo mundo já adora culpar o juiz por um mal resultado de seu time, imagine se a equipe de camisas listradas for composta por substitutos, que não são da elite de árbitros? Prato cheio para os cornetas de plantão.
De fato, a qualidade dos zebras pode afetar o resultado de uma partida. Mesmo na NFL, que é considerada um exemplo de “justiça” quando o assunto é arbitragem – são sete juízes em campo, mais um grupo nas cabines de transmissão, além do uso do replay, tudo para evitar que algum time seja prejudicado. Mesmo assim, o erro é comum de acontecer. Basta um apito na hora errada para que o destino de uma partida seja mudado completamente.

Especula-se que os substitutos entrariam em campo com um peso nas costas, orientados pela liga a aumentar a rigorosidade quanto às faltas pessoais, e que isso poderia gerar uma questionável chuva de lenços amarelos nos gramados americanos.

No fim das contas, a NFL é a liga mais lucrativa dos Estados Unidos. E os árbitros, uma importante engrenagem nessa máquina de dinheiro, também querem uma fatia do bolo. O grande problema é que, mais uma vez, quem paga o preço é o torcedor, que já lança mão de previsões apocalípticas sobre chamadas inexistentes e faltas absurdas na próxima temporada. Provável que não passe de fogo de palha.

fonte: uol.com.br

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