A disputa entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a General Motors fez a montadora suspender a produção na fábrica da cidade nesta terça-feira.
Segundo a General Motors, a decisão visa proteger a integridade dos colaboradores da empresa. Uma manifestação contra a possível demissão em massa na unidade estava marcada para acontecer na porta da fábrica.
"A empresa considerou as fortes evidências --nas últimas horas e dias-- de mobilizações internas e prefere não expor seus empregados a eventuais incitações e provocações comuns", informa a montadora e nota.
De acordo com a entidade, os trabalhadores do terceiro turno receberam ordem para deixar a fábrica antes do fim do expediente e os funcionários do primeiro turno receberam comunicados nos pontos de ônibus e não foram levados à fábrica.
Para o sindicato, a iniciativa da GM se caracteriza como um locaute (paralisação patronal), proibido por lei.
"Esta atitude só aumenta a insegurança entre os trabalhadores e deixa clara a intenção da montadora em realizar uma demissão em massa a qualquer momento e impedir a resistência dos metalúrgicos", diz o sindicato em nota.
Diante do fechamento da fábrica, a entidade cancelou a manifestação e convocou uma assembleia para as 17h. Na quarta-feira, haverá uma reunião entre as duas partes e integrantes do governo.
O desgaste na relação entre o sindicato e a empresa se agravou neste ano com os ajustes feitos pela empresa no quadro de funcionários. A montadora fechou um turno de produção na fábrica e anunciou dois PDVs (Programa de Demissão Voluntária).
Na última semana, os representantes dos trabalhadores organizaram uma paralisação de 24 horas na fábrica e foram à Brasília levar a situação à Presidência, para cobrar medidas para evitar demissões.
O sindicato estima que 1.500 vagas sejam cortadas caso a empresa decida encerrar a linha de montagem da unidade.
fonte: folhasp.com.br
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