quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Greve causa mudança metodológica em cálculo do IPCA-15, diz IBGE

A greve dos servidores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitca) afetou, mais uma vez, a produção dos indicadores do instituto. Nesta quarta-feira (22), o órgão de estatísticas do país informou que problemas no processamento dos dados coletados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) tiveram impacto em outro índice, o IPC-15, prévia do IPCA, indicador oficial de inflação.

É que os dados de rendimento da pesquisa de emprego são utilizados como base para a variação do preço do serviço de empregado doméstico. O IPCA-15 sempre utiliza dados de dois meses anteriores ao mês de referência do índice de inflação --neste caso, agosto. Ou seja, o dado a ser usado era o de junho. Como não havia um indicador de rendimento para as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE por conta da paralisação no Rio de Janeiro, porém, a equipe do instituto decidiu repetir os dados de maio, que já haviam servido como base no IPCA-15 de julho.

O item empregado doméstico subiu 1,11% em agosto, abaixo da variação de 1,37% de julho. O peso de cada item no índice geral muda mensalmente, por isso, a diferença. Além disso, o IBGE só não tinha disponível o dado de rendimento dos empregados domésticos do Rio de Janeiro, área mais afetada pela greve.

Agrupado em despesas pessoais (cuja variação passou de 0,92% em junho para 0,68% em maio), o item empregado doméstico representou o segundo principal impacto na inflação de agosto, com peso de 0,04 ponto percentual, atrás apenas do tomate --o produto subiu 36,65% em agosto, com participação de 0,09 ponto percentual.

Em agosto, o IPCA-15 teve variação de 0,39%, pouco superior à taxa de 0,33% de julho. Com isso, o acumulado no ano ficou em 3,32%. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,37%.

PESQUISA DE EMPREGO

Está prevista para quinta-feira (23) a divulgação da Pesquisa Mensal de Emprego de julho. Segundo o IBGE, a data está mantida e a equipe do levantamento trabalha para apresentar os dados completos. Há, porém, a possibilidade de os problemas no Rio de Janeiro se repetirem e, mais uma vez, a divulgação ser prejudica e ficar sem informações dessa região metropolitana e da taxa de desemprego e da variação média do rendimento nas seis áreas pesquisadas (que incluem ainda São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador).

Segundo o IBGE, a pesquisa é a mais afetada porque levanta um maior número de dados e é a única mensal do tipo domiciliar --o pesquisador vai à casa dos entrevistados. Realizada por empregados terceirizados, a coleta continua sendo feita normalmente, de acordo com o instituto. O problema é que os dados precisam ser analisados e conferidos por uma equipe de funcionários próprios do IBGE, lotados nas agências estaduais do órgão. Muitos deles estão parados e bloqueiam o envio das informações para a sede.

Ao fim da greve, o IBGE promete divulgar a taxa de desemprego média de junho (cuja divulgação já foi prejudicada) e eventualmente a de julho, caso não seja possível apresentar os dados completos amanhã. Tal possibilidade existe porque o trabalho de envio e análise de parte das informações coletadas pode ser novamente bloqueado por grevistas.

fonte: folhasp.com.br

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