segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Especial: Confronto na Greve na mina de platina na África

Mineiros mortos em mina são enterrados na África do Sul

Vinte e quatro dos 34 mineiros grevistas mortos em um confronto com a polícia sul-africana em 16 de agosto foram enterrados neste sábado em cidades do país e no vizinho Lesoto.

Segundo uma lista fornecida pelo governo, os funerais foram organizados neste sábado e outros dois devem ser realizados no domingo. A greve na mina de platina de Marikana deixou no total 44 mortos.

Em um dos velórios, o mineiro Phumzile Sokhanyile, 48, foi enterrado com sua mãe, Glorious Mamkhuzeni-Sokhanyile, 79, que morreu após ter um colapso nervoso quando soube que o filho havia sido baleado na ação policial.

De acordo com Thokozile Sokhanyile, tia do mineiro morto, ela não resistiu ao ver as imagens do massacre na televisão.

"Ela viu as imagens e disse: 'Ah! Como assim? Meu filho foi morto?', e teve um ataque", contou à agência de notícias France Presse.

MASSACRE

Dez homens --incluindo dois policiais e dois seguranças-- foram mortos durante os confrontos entre sindicatos rivais entre os dias 10 e 12 de agosto.

Quatro dias depois, 34 mineiros grevistas morreram e 78 ficaram feridos quando a polícia abriu fogo contra uma multidão de manifestantes.

Os feridos são mantidos na prisão, enquanto um tribunal do subúrbio de Pretória os acusou de assassinato as 270 pessoas detidas após o tiroteio.

O magistrado não indicou em que texto ele se baseou na quinta-feira para acusar esses homens de assassinato, que estavam armados de lanças e facões, e que foram atacados a tiros pela polícia.

Vários juristas consideram que ele recorreu a uma lei anti-motins de 1956, ainda em vigor e usada no período do Apartheid. O ministro sul-africano da Justiça, Jeff Radebe, pediu explicações ao promotor.

Os advogados dos 270 acusados pediram ao presidente Jacob Zuma que os liberte até domingo, enquanto a próxima audiência foi marcada para o dia 6 de setembro.

Polícia sul-africana dispersa nova greve de mineiros com balas de borracha
 
A polícia da África do Sul disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar grevistas de uma mina de ouro perto de Johannesburgo nesta segunda-feira. A agitação ocorre menos de três semanas depois que a polícia matou a tiros 34 grevistas na mina Marikana, da Lonmin.

A empresa proprietária da mina, Gold One International Ltd, disse que 60 trabalhadores em sua instalação de Modder East promoveram uma greve ilegal, bloqueando a entrada de metade de seus funcionários em seus turnos.

O grupo, no entanto, recusou-se a dispersar. O Serviço da Polícia Sul-Africana teve de usar gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar o grupo", disse a companhia em um comunicado.

A porta-voz da polícia Pinky Tsinyane disse que quatro pessoas foram feridas no incidente, descrito por ela como uma "disputa" entre ex-mineiros em protesto, mineiros e guardas.

"A polícia investiga um caso de tentativa de homicídio", disse ela, acrescentando que foram feitas quatro prisões. "Entendemos que os ex-mineiros estavam agredindo os mineiros que estavam vindo trabalhar esta manhã."

Em outra disputa, mas gerada por condições sociais similares, uma greve ilegal envolvendo um quarto da força de trabalho de 46 mil empregados na mina de outro KCD East, de propriedade da quarta maior produtora mundial de metais preciosos, a Gold Fields, entrou em seu terceiro dia útil.

MARIKANA

O caso de Marikana chocou a África do Sul e manchou a imagem da maior economia do continente. Na ocasião, ficou aparente o colapso das relações trabalhistas no setor de mineração do país.

Desde o tiroteio, os preços da platina no mundo subiram mais de 10%
fonte: folhasp.com.br

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