terça-feira, 18 de setembro de 2012

Funcionários dos Correios votam nesta terça se entram em greve

Os trabalhadores dos Correios realizarão assembleias nesta terça-feira (18) e na semana que vem para decidir se entram ou não em greve. Caso optem pela paralisação, mais de 120 mil funcionários podem aderir ao movimento em todo o país.

Segundo o sindicato da categoria, o Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares), funcionários em Minas Gerais e no Pará paralisaram suas atividades desde segunda passada (10).

Os Correios tentaram suspender a greve nos dois Estados na Justiça, mas o TST (Tribunal Superior do Trabalho) negou, na sexta (14), o pedido da estatal. Correios e sindicato terão audiência de conciliação e instrução amanhã (19), às 10h30.

Avaliam hoje se entram em greve os trabalhadores de Amazonas, Bauru, Campinas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São José do Rio Preto, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Vale do Paraíba.

Na terça que vem, é a vez de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espirito Santo, Juiz de Fora, Rio Grande do Norte, Ribeirão Preto, Santa Maria e Santos.

REIVINDICAÇÕES

A categoria pede reajuste de 43,7% --soma das perdas salarias desde o Plano Real e da inflação do período mais aumento real-- e aumento linear de R$ 200, ticket alimentação de R$ 35 por dia, a contratação imediata de 30 mil trabalhadores e o fim das terceirizações, além de garantias de melhores condições de trabalho.

As negociações começaram há mais de um mês, e, inicialmente, os Correios ofereceram 3% de reajuste. A proposta foi rejeitada por unanimidade nas assembleias realizadas pela categoria em todo o país, e, na semana passada, a empresa voltou a fazer nova proposta, desta vez de 5,2% de ajuste --equivalente à inflação dos últimos 12 meses.

Os Correios afirmam que o reajuste de 5,2% elevaria o salário-base inicial para R$ 991,77. "Se somado o adicional de atividade que os carteiros recebem, o vencimento subiria para R$ 1.289,30. Este cargo é de nível médio", informaram, em nota.

A segunda proposta também rejeitada nas assembleias já realizadas.

BRIGA NA JUSTIÇA

Os Correios ajuizaram na quinta (13) dissídio coletivo de greve no TST para tentar reeditar o fim da greve no ano passado. Em 2011, após 28 dias de paralisação, o TST decidiu pelo reajuste de cerca de 6% mais R$ 80 linear.

Na ação deste ano, a empresa disse que se esgotaram as possibilidades das partes chegarem a um consenso e pediu que fosse declarada a ilegalidade das greves em Minas Gerais e no Pará por não ter sido informada da paralisação com 72 horas de antecedência, conforme exige a Lei de Greve.

Para a companhia, o movimento grevista é abusivo porque os Correios prestam serviços essenciais à sociedade, e sua eventual interrupção, ainda que parcial, causa sérios problemas à população.

Os Correios pediram a suspensão da paralisação até o julgamento final do dissídio ou que o sindicato seja obrigado a manter pelo menos 80% do contingente em cada uma das unidades operacionais da empresa.

FALTA DE INFORMAÇÃO

A vice-presidente do TST, Cristina Peduzzi, disse em sua decisão faltar informações para julgar o pedido. "Considero prematuro apreciar o pedido liminar, uma vez que não foi demonstrado pelo suscitante o estado geral da greve."

Para Peduzzi, não existem nos autos informações sobre a situação da greve --como taxa de adesão e prejuízos graves e concretos às atividades da empresa. "A simples notícia genérica de deflagração parcial e limitada de greve não autoriza, ao menos no momento, a apreciação da liminar."

Mas a ministra alertou na decisão que o pedido pode voltar a ser apreciado a qualquer momento, facultou às partes a apresentação de documentos que esclareçam a situação atual da paralisação e manteve a audiência de conciliação e instrução marcada para amanhã, quarta-feira (19), às 10h30.

Nenhum comentário:

Postar um comentário