segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Greve para 50 fábricas e 80% dos metalúrgicos no ABC

A greve de alerta dos metalúrgicos do ABC teve a adesão de 80% dos 70 mil trabalhadores da base que estão em campanha poraumento salarial. As 50 maiores fábricas da categoria não produziram nesta segunda-feira (10) em nenhum dos turnos. A paralisação atingiu o objetivo de pressionar as empresas a exigirem de seus grupos patronais que apresentem proposta, segundo balanço da direção do Sindicato dos Metalúrgicos.Os metalúrgicos reivindicam 2,59% de aumento real mais o INPC do período (total de 8%), índice similar ao conquistado pelos trabalhadores nas montadoras do ABC na campanha de 2011 e que valepor dois anos (até 2013). A paralisação não atinge essas montadoras.

Amanhã (11), param os metalúrgicos de Taubaté, Salto e Cajamar e na quarta-feira (12), os de Sorocaba, pois a campanha salarial (e pauta de reivindicações) é unificada pela FEM-CUT (Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo)

Até a semana passada, os grupos patronais ofereceram apenas a inflaçãodo período e nada de aumento real, proposta que foi recusada pelo Sindicatona mesa de negociações e também em assembleias de trabalhadores. A greve de um dia foi decidia pela categoria em assembleia realizada nanoite de quinta-feira(5).

A expectativa do vice-presidente do Sindicatodos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, é que a partir de quarta-feira (12) sejam retomadas as negociações e as bancadas patronais apresentem proposta que poderá  ser votada pelos trabalhadores em assembleia no final da semana. O dirigente relata que as empresas estão procurando o Sindicato e que já teve fábrica que ofereceu o índice reivindicado para evitarparalisação, mas não há negociação em separado. “Por isso, orientamos as empresas a procurar seus grupos patronais”, disse.

“Durante a negociação acompanhamos a economia e constatamos que já há uma retomada em vários setores, como carros e comércioe que negociamos em um ambiente de melhoria econômica. Nesse contexto, consideramos que é possível chegar a um índice igual ao conquistado para os trabalhadores nas montadoras em 2011”, disse Rafael

Por dentro da campanha dos metalúrgicos

Na campanha salarial dos Metalúrgicos, a negociação é feita por grupos patronais, que são os seguintes: Montadoras, Grupo 2, Grupo 3, Grupo 8, Grupo 10, Fundição e Estamparia.

A data-base é 1° de setembro e a campanha é unificada - a FEM-CUT (Federação dos Metalúrgicos de SP da CUT) negocia em nome de 14 sindicatos da categoria filiados à CUT, num total de 249 mil trabalhadores.

Este ano não há negociação salarial para o grupo das montadoras, porque o Sindicato negociou as cláusulas econômicas (aumento salarial) com validade para dois anos, ou seja, o reajuste salarial e aumento real já foram definidos na campanha passada para 2011 e 2012. Uma grande conquista da categoria

Na Campanha de 2011,a categoria conquistou 10% de aumento salarial, ou seja, 7,39% do INPC do período mais 2,44% de aumento real. Índice igual para todos os metalúrgicos da base.

Nas montadorasficou assim em 2011: total de 10%, sendo 7,26% da recomposição da inflação (INPC) do período (estimativa), mais 2,55% de aumento real, mais abono de R$ 2,5 mil. Para 2012, o reajuste será composto pela inflação do período + a diferença dos 5%, que é 2,39%. O abono de R$ 2.500,00 também será reajustado pelo INPC do período mais o aumento real.
fonte: cut.org.br

Metalúrgicos param por 24h no ABC
Adesão à paralisação foi de 80%, dentre os 70 mil trabalhadores filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC; São José dos Campos deve parar amanhã.

Cerca de 56 mil metalúrgicos na região do ABC paulista fazem hoje uma paralisação de 24h nas fábricas. A adesão à paralisação foi de 80%, dentre os 70 mil trabalhadores filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que participam de campanha salarial este ano. A paralisação dos 56 mil trabalhadores do ABC pode se estender por prazo indeterminado, caso as negociações com o setor patronal não avancem.

A medida é uma forma de pressão dos trabalhadores para que as empresas façam proposta de reajuste salarial que se aproxime das reivindicações da categoria. Os metalúrgicos não aceitam proposta de reajuste sem aumento real. Até agora, exceto o setor de fundição, a classe patronal apresentou proposta de aumento de 5%, o que não repõe a inflação do período (5,39%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), segundo a Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (FEM CUT-SP).

São José dos Campos

Além dos metalúrgicos do ABC, os trabalhadores da região de São José dos Campos (SP) podem entrar em greve a partir de amanhã (11). O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas, tem reunião marcada com os trabalhadores para as 18h de hoje (10) para decidir os rumos da mobilização. A expectativa, segundo o vice-presidente do sindicato, Herbert Claros, é de que os 44 mil trabalhadores da base do sindicato cruzem os braços a partir desta terça.

Os metalúrgicos de São José dos Campos pedem 7,48% de aumento real, além da reposição da inflação.De acordo com o vice-presidente do sindicato, a maioria das propostas foi de 5% de reajuste, o que exclui aumento real nem cobre a inflação do período.

Protestos pelo Estado

Em Sorocaba, os trabalhadores irão realizar protestos e paralisações a qualquer momento. Hoje, os metalúrgicos de uma das fábricas da região atrasaram 2 horas e 30 minutos a entrada do primeiro turno de trabalho. No período da tarde, cerca de 2 mil metalúrgicos de diversas fábricas protestaram por cerca de 1 hora na zona industrial da cidade.

A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, que faz parte da base da FEM, se reuniu nesta tarde para definir as estratégias de mobilização da categoria e deliberou que os protestos continuam ao longo da semana. São 46 mil trabalhadores concentrados na base do sindicato. A montadora Toyota recém inaugurada na cidade não participa da campanha salarial.

A região de São Carlos, no interior do Estado, também terá uma semana de protestos na porta das empresas. Hoje, atrasos de cerca de 20 minutos em todos os turnos são realizados pelos metalúrgicos da base do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Região, que tem 13 mil trabalhadores.

Os funcionários da Volkswagen na região não participam da campanha salarial, pois fecharam acordo por dois anos em 2011.

Paralisação de metalúrgicos suspende produção em 50 fábricas do ABC

Os metalúrgicos da região do ABC paulista fazem uma paralisação de 24 horas nesta segunda-feira para reivindicar melhores salários.

De acordo com a CUT (Central Unificada dos Trabalhadores), a paralisação suspendeu as atividades das principais fábricas do ABC paulista, com adesão de cerca de 80% dos trabalhadores que estavam mobilizados, cerca de 56 mil pessoas.

A greve afetou os segmentos de máquinas e eletrônicos, refrigeração, lâmpadas, estamparia e outros, suspendendo a produção em 50 fábricas.

As principais reivindicações da categoria, de acordo com a FEM-CUT (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos) são licença maternidade de 180 dias, redução da jornada para 40 horas semanais, seguro de vida e 2,5% de aumento real do salário.

A FEM-CUT tem 100 mil trabalhadores filiados no ABC, e estima que cerca de 80 mil deles cruzaram os braços nesta segunda-feira.

A expectativa da entidade, após a paralisação, é retomar as negociações amanhã com os representantes patronais.

De acordo com o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT), Valmir Marques, que negocia pela categoria, houve um endurecimento nas negociações por parte da bancada patronal.

"As propostas apresentadas até agora foram ridículas. Alguns grupos tiveram a cara de pau de propor reajuste abaixo da inflação", afirmou Marques, em nota.

"Já faz mais de dois meses que apresentamos nossa pauta de reivindicações e até agora não temos qualquer proposta aceitável", disse Rafael Marques, vice-presidente do Sindicato.

Os metalúrgicos das montadoras ficam de fora da campanha salarial deste ano, pois já fecharam acordo em 2011, com prazo de validade de dois anos.

A reportagem entrou em contato com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) às 13h, mas ainda não obteve retorno. 
fonte: folhasp.com.br / estadao.com.br

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