segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sindicalistas argentinos reúnem milhares e prometem greve geral


"O único caminho da mobilização é a greve", disse nesta quarta-feira um dos principais líderes sindicais da Argentina, Pablo Micheli, em meio a manifestações que mobilizaram milhares e provocaram o caos no trânsito da capital.

Segundo Micheli, antes do final de ano os sindicalistas "de oposição" pretendem convocar uma greve geral.

Sindicalistas, peronistas dissidentes e militantes de esquerda tomaram as ruas de Buenos Aires hoje, em protestos contra a presidente Christina Kirchner.

A mobilização foi organizada para coincidir com um evento organizado pela presidente Cristina Kirchner para comemorar os três anos da promulgação de Lei de Meios de Comunicação.

O sindicalismo argentino atravessa uma profunda divisão, com setores contrários ao governo, reunidos em torno de setores do CTA e da CGT, liderada por Hugo Moyano, um ex-aliado de Cristina e bastante influente entre os caminhoneiros.

A Plaza de Mayo, em Buenos Aires, foi tomada por milhares de manifestantes anti-governo 22 outubro 2012
Do outro lado, apoiando o governo, está a outra parcela do CTA e da CGT, reunindo principalmente os setores industriais, como os trabalhadores da indústria mecânica e metalúrgica, cujas lideranças foram recebidas na noite de terça-feira por Kirchner na Casa Rosada (sede do governo).

"A representação dos trabalhadores não está na CGT onde estão os amigos da presidente. Exigimos um canal de diálogo", disse Micheli, durante conversa com jornalistas nesta quarta.

E ao concluir o ato sindical, frequentado principalmente por caminhoneiros, Micheli acrescentou: "Moyano me disse esta manhã que não vamos terminar o ano sem que façamos uma greve nacional".

CRISTINA

A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse nesta quarta-feira que a aplicação da Lei de Meios será equivalente a uma conquista de direitos humanos no país.

A mandatária reforçou que no dia 7 de dezembro, data estabelecida pela Justiça para a aplicação da norma, a Afsca (Autoridad Federal de Servicios de Comunicación Audiovisual) irá intervir para que seja cumprido o artigo que determina que grupos de mídia não podem atuar em distintas áreas.

A lei tem como objetivo enfraquecer o Grupo Clarín, que o governo define como "monopólio", por atuar na TV aberta, TV paga, rádio, internet e jornal impresso.

"A lei de meios audiovisuais é uma autêntica criação da sociedade argentina. Não foi um projeto do poder Executivo, mas sim um projeto coletivo", declarou, em ato realizado no Museu do Bicentenário. O evento comemorava os três anos da votação da lei.

Cristina disse que era "inacreditável" que ainda não havia sido possível cumprir com a lei e que, se o Clarín não obedecer, "o Estado se verá obrigado" a chamar um concurso público para reacomodar suas licenças.

"Não quero ódio em meu país porque na verdade esse projeto não afetou os direitos. Quero debates, mas com argumentos, sem essas versões apocalípticas, quando se nega tudo, inclusive as conquistas que alcançamos".

fonte: folhasp.com.br


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