terça-feira, 13 de novembro de 2012

CRISE EUROPÉIA: Na Grécia, 58% dos jovens estão sem trabalho


Índice de agosto afeta a faixa etária de 24 anos ou menos e é divulgado um dia depois de governo aprovar mais medidas de austeridade 

A taxa de desemprego na Grécia subiu para um novo nível recorde em agosto, à medida que o país se prepara para mais uma rodada de austeridade e outro ano de contração econômica em 2013.

Entre os jovens de 24 anos ou menos, a taxa de desemprego subiu para 58% em agosto, de 45% no mesmo período de 2011, e está agora entre as mais altas entre os 27 membros da União Europeia (UE). A agência de estatísticas da Grécia (Elstat) disse que a taxa ajustada de desemprego subiu para 25,4% em agosto, de 24,8% em julho e 18,4% em agosto do ano passado. O resultado ficou um pouco abaixo da taxa de 25,5% registrada pela Espanha no mesmo período, a mais alta na UE.

Cerca de 36.597 pessoas perderam o emprego em agosto, totalizando 1,3 milhão de desempregados. Entres os adultos classificados como inativos, os gregos sem trabalho nessa faixa etária superam os 3,7 milhões.

Na quarta-feira à noite, o Parlamento grego aprovou mais um pacote de corte de gastos de 13,5 bilhões exigido pelos credores internacionais para que o governo de Antonis Samaras receba mais uma parcela do pacote de ajuda e evite a falência. A votação e aprovação do pacote foram acompanhadas de uma greve geral de 48 horas que culminou em violentos protestos.

Em Frankfurt, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, elogiou o governo da Grécia por conseguir aprovar mais reformas no Parlamento. No entanto, ele fez alertas velados de que é preciso mais para manter o país nos trilhos e que o BCE não pode fazer isso por si só, de acordo com o jornal The Wall Street Journal. "Isso representa um progresso real", afirmou o presidente do BCE em entrevista após a reunião de política monetária da instituição.

Draghi, porém, destacou os limites sobre o que o BCE poderia fazer pela Grécia, dizendo que o banco central não deve imprimir dinheiro apenas para manter à tona um governo que está programado para ficar sem dinheiro em semanas, a menos que credores concordem em liberar outra parcela de ajuda ao país. "Não podemos fazer financiamento monetário", disse Draghi, embora tenha repetido que o BCE repassará aos governos da zona do euro todos os lucros que obtiver com os 40 bilhões em bônus gregos que ainda detém.
Dúvida. Os governos da zona do euro estão programados para discutir o programa de ajuda à Grécia na próxima segunda-feira durante um encontro e, como ainda estão longe de chegar a um acordo que evitaria uma bancarrota nacional na Grécia, muitos temem que o evento pode forçar o país a deixar a união monetária.

Draghi disse esperar que o crescimento na zona do euro continue fraco no restante deste ano e em 2013. Em comunicado, afirmou também que a região está fazendo progressos no combate à crise fiscal, mas precisa continuar implementando medidas para reduzir os déficits fiscais e os riscos bancários excessivos. Segundo ele, um "progresso visível" foi verificado na melhora dos custos trabalhistas e na redução dos atuais desequilíbrios em conta corrente. No entanto, esforços precisam ser mantidos para a redução dos déficits dos governos locais.

Os comentários foram feitos após o BCE decidir, mais cedo, manter sua taxa básica de juros inalterada em 0,75%. Draghi, minimizou qualquer ameaça de inflação na zona do euro e afirmou que ela deverá cair abaixo da meta de pouco menos de 2% em 2013, embora o atual nível dos preços do petróleo sejam suficientes para manter a taxa acima de 2% durante 2012.

A Grécia precisa receber uma parcela de 31,5 bilhões do programa de ajuda para manter a solvência e suas reservas internacionais mal são suficientes para atravessar o mês de novembro. A liberação de recursos ao país, porém, está sendo retida até que os credores cheguem a um consenso sobre como reduzir a dívida. O Fundo Monetário Internacional (FMI) propôs ao BCE e à UE que perdoem de 30 bilhões a 50 bilhões em dívida grega, mas essa opção foi descartada.

fonte: fsindical.org.br

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