quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Em assembleia, professores da PUC-SP decidem manter greve


Professores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) decidiram, em assembleia realizada na noite desta quarta-feira, manter a greve iniciada há nove dias. Juntamente com estudantes e funcionários, parte do corpo docente da instituição protesta contra a indicação da professora Anna Maria Marques Cintra para assumir a reitoria, nomeada pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo e grão-chanceler da universidade.

A PUC-SP informou que respeita o debate sobre a escolha da nova reitora da instituição, mas defendeu a indicação da professora. Cintra foi a candidata menos votada na eleição da PUC - ficando em terceiro lugar -, e mesmo assim foi nomeada pelo cardeal. "A escolha da nova reitora é feita pelo cardeal Dom Odilo Pedro Scherer com base numa lista tríplice, após consulta pública à comunidade universitária, conforme estabelece o estatuto da PUC-SP", disse a universidade em nota, ao cobrar respeito ao estatuto.

"A Fundação São Paulo e a PUC-SP, uma das mais renomadas instituições de ensino do País, reafirmam seu compromisso com a liberdade de expressão e com o cumprimento de seus estatutos", informou.

Os alunos decidiram por uma greve geral no dia 13 de novembro, em assembleia. Eles chegaram a ocupar o prédio da reitoria, em Perdizes, mas liberaram o local após decidir pela realização de uma greve "pacífica".
Maioria dos professores decidem manter paralisação 
Os manifestantes pedem o fim do método para a escolha dos reitores da instituição. O primeiro colocado na votação teria sido o atual reitor da instituição, Dirceu de Mello. A Associação dos Professores (Apropuc) e a Associação de funcionários (Afapuc) também se manifestaram contrários a escolha da nova reitora. Segundo as entidades, o cardeal resolveu "afrontar os princípios democráticos que sempre nortearam a universidade", e que isso nunca aconteceu antes na instituição.

Para a estudante de letras Amanda Marques, 20 anos, a greve é uma forma de pressionar a direção da instituição. "Por que houve uma eleição se a terceira colocada foi nomeada para o cargo. Não temos nada contra a professora Ana, mas queremos que seja respeitada a eleição, queremos democracia na universidade", disse. Segundo Amanda, que faz parte da comissão operacional da greve, a maior parte das faculdades aderiu à paralisação, incluindo professores, alunos e funcionários.

Na quarta-feira, estudantes organizaram uma série de atividades para protestar contra a escolha da reitora, como panfletagem, cadeiraços (os estudantes retiram todas as cadeiras das salas de aula em forma de protesto) e assembleias dos cursos. A universidade não informou o número de estudantes, professores e funcionários que aderiram à paralisação, mas disse que a greve prejudica o calendário acadêmico.

"A PUC-SP e a Fundação São Paulo respeitam o debate de ideias. No entanto, têm a responsabilidade de zelar pela integridade de seus professores, alunos e funcionários, e também de seu patrimônio. A universidade está no período de realização de vestibular e de avaliações acadêmicas, além da finalização de processos administrativos do ano letivo. Eventuais paralisações tendem a prejudicar os alunos e a toda comunidade universitária", concluiu em nota.

fonte: terra.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário