sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Greve do gás continua em São Paulo após audiência


A audiência de conciliação entre sindicatos de trabalhadores das distribuidoras de gás em São Paulo, região do ABC e Santos terminou sem solução, no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), na capital paulista, na tarde desta quinta-feira (8). A proposta do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindgás), que representa as distribuidoras, não atendeu a reivindicação de reajuste salarial e participação dos lucros e resultados (PLR) dos trabalhadores. Sem perspectiva de acordo, a greve continua.

Funcionários das cidades de Paulínia, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Presidente Prudente também estão em greve e têm audiência marcada no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), em Campinas, para a próxima terça-feira (13). A greve começou no interior do Estado no dia 29 de outubro e chegou à capital no início desta semana.

Os trabalhadores das distribuidoras reivindicam 7,39% de reajuste salarial, aumento no valor da cesta básica de R$ 280 para R$ 360 e PLR de 210%. O Sindgás oferece 6% de aumento, R$ 310 de cesta básica e PLR de 160%. O julgamento da questão pode acontecer já na próxima semana, de acordo com o diretor financeiro da Federação do Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo de São Paulo, Claudinei Souza. "Por se tratar de serviço essencial, a juíza responsável pela conciliação afirmou que o julgamento deve acontecer em quatro ou cinco dias", disse.

Presente na reunião desta quinta, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo (Sindminérios) de São José dos Campos e Região, Antonieta de Lima, afirmou que os trabalhadores continuarão seguindo a determinação da Justiça de manter ao menos 30% do contingente de trabalhadores da Grande São Paulo. "Muitas pessoas estão comprando produto para abastecer sua casa por precaução. Isso é desnecessário", afirmou. De acordo com ela, a criação de "estoques pessoais" é o que gerar desabastecimento ou especulação de preços. A Sindigás informou que a Justiça determinou o funcionamento mínimo de 40% da produção e escoamento do produto nas unidades das empresas localizadas no interior do Estado de São Paulo e de 30% do contingente de funcionários das empresas para os sindicatos da Grande São Paulo.

"Fica aquele estigma de que nós estamos prejudicando a população, mas não estamos", comentou Antonieta. "Os revendedores ainda têm estoque, pelo que avaliamos. Até porque há empresas que já fecharam acordo em separado", complementou Souza. A estimativa dos sindicatos é de que aproximadamente 5 mil trabalhadores estejam em greve no Estado e 1.500 só na cidade de São Paulo.

O Sindigás argumenta que os trabalhadores paulistas são os únicos do País a rejeitarem a proposta da entidade. "O Sindigás buscará apoio das autoridades para garantir que os sindicatos cumpram a ordem judicial, de forma garantir o abastecimento do produto. A entidade aguarda que a Justiça tome, com celeridade, a decisão sobre o impasse com os trabalhadores para que a população não seja ainda mais penalizada com a greve", afirma a nota.

fonte: estadao.com.br

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