segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Motoristas de ônibus protestam contra 'trabalho escravo' em empresa


Em greve desde a meia-noite desta segunda-feira, os funcionários da empresa Real Auto Ônibus decidiram em assembleia suspender a paralisação. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Sintraturb), Sebastião José da Silva, a empresa teria se comprometido a cumprir algumas das reivindicações e o caso agora será decidido via Ministério do Trabalho.

"Suspendemos a greve desde que a empresa suspenda as irregularidades. Vamos tentar fechar um acordo via Ministério do Trabalho, mas queremos algo assinado. Não cumpriram promessas antes, nada nos garante que cumprirão agora", afirmou Silva, ao explicar que as irregularidades não se referem apenas a Real Ônibus, mas a todas as empresas de transporte urbano da cidade.

Silva acusa as empresas de descumprirem a legislação trabalhista, obrigando os funcionários a uma jornada semanal de em média 63h30, entre outras infrações. "Nem atestado médico eles pagam caso o funcionário falte, é um regime de escravidão. Fizemos um trabalho com todas as empresas e inferimos que a média de trabalho dos motoristas é de 63h30 semanais. Nos terminais, 63% dos trabalhadores trabalham ao menos 9h ou 10h todos os dias e os outros 37% fazem a chamada jornada dupla, chegando a 15h, 16h, uma realidade absurda", argumentou.

As empresas estipulam ainda, segundo ele, um número mínimo de 300 passageiros pagantes por dia, e os motoristas que não cumprem essa porcentagem são punidos, enquanto aqueles que chegam a 400 passageiros ou mais recebem gratificações. "Estão tratando o usuário como mercadoria", criticou. O sindicato prevê uma paralisação geral na quinta-feira caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas e pretende passar a semana em negociação com as empresas da cidade.

Cerca de 800 rodoviários cruzaram os braços em frente à garagem da empresa Real Auto Ônibus, em Bonsucesso - RJ, no inicio da manhã desta segunda-feira. Os ônibus da empresa não saíram da garagem. Segundo o Sintraturb, a paralisação começou pela Real devido a inúmeras denúncias recebidas e encaminhadas ao Ministério do Trabalho sobre a carga horária abusiva imposta pela empresa aos seus motoristas e cobradores.

fonte: terra.com.br

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