quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Assembleia do Sindiserviços-DF rejeita proposta patronal e categoria aprova estado de greve


Mais de quatro mil trabalhadores terceirizados se reuniram em assembleia geral do Sindiserviços-DF, na tarde dessa quarta-feira (5). Eles deliberaram, por unanimidade, entrar em estado de greve.

Com data-base em janeiro, os trabalhadores entregaram a pauta do Acordo Coletivo de Trabalho ao sindicato patronal em setembro passado. Após três meses de silêncio, o patronal se reuniu com os trabalhadores somente na segunda-feira (3), apresentando uma contraproposta considerada insuficiente, “muito aquém das necessidades dos trabalhadores”, na avaliação da diretoria do Sindiserviços.

O sindicato patronal acenou com reajuste de 12% sobre o piso da categoria, 10% sobre os demais salários e aumento do valor do tíquete alimentação para R$ 17,60.

Entre as reivindicações da categoria, estão o reajuste salarial de 34,14%, tíquete alimentação de R$ 25,00 (atualmente o benefício é de R$ 16,00), manutenção das demais cláusulas sociais do atual Acordo Coletivo de Trabalho, inclusive com a cláusula de continuidade que garante o pagamento dos 40% sobre o fundo de garantia e taxa assistencial de 5%.

Os trabalhadores também reivindicam a inclusão de novas cláusulas ao ACT 2012/2013, como horas extra com adicional de 150%, pagamento de insalubridade para todos os trabalhadores da área da limpeza, atestado médico para pai ou mãe acompanharem seus filhos menores de 14 anos em consultas, aviso prévio indenizado de 45 dias para trabalhadores com 50 anos ou mais, não desconto de faltas em caso de greve do transporte coletivo, anuênio de 1% sobre o salário por cada ano de trabalho na mesma empresa, licença maternidade de 180 dias e estabilidade empregatícia da gestante de 210 dias após o retorno aos trabalhos, auxílio creche ou babá de R$ 300,00 por filho de até seis anos.

Sobre a morosidade do sindicato patronal em negociar, o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, alerta que o principal motivo é o projeto que obriga o depósito das provisões para o período de contratação – como décimo-terceiro salário, férias ou multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) – em banco público do DF, ao invés de repassá-los às empresas. O projeto foi aprovado em outubro pela Câmara Legislativa. “Eles sabem que esse dinheiro é de vocês, mas eles usam essa verba de forma irresponsável para enriquecer quem explora o trabalhador. Quantas empresas já fecharam e abriram com outro nome para pegar o dinheiro do trabalhador e botar no bolso?”, disse.

Trabalhadores e patrões voltam a se reunir na próxima semana e, caso não haja avanço nas negociações, a categoria pode cruzar os braços.

Movimento fortalecido - O movimento organizado dos terceirizados promete ser ainda mais forte que nos anos anteriores. Isso porque os trabalhadores vigilantes, que negociam a data-base no mesmo período, aderiram ao movimento dos trabalhadores terceirizados.

Sobre isso, Rodrigo Britto destacou a importância da construção de uma campanha unificada para o próximo período e, se for o caso, fazer uma grande paralisação das categorias envolvidas.

fonte: cut.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário