sábado, 22 de dezembro de 2012

Greve força troca de pacientes entre hospitais de Santa Catarina


O 57º dia da greve dos servidores de saúde de Santa Catarina foi o mais complicado em Florianópolis: o hospital Celso Ramos (HCR), considerado o mais importante do Estado, fechou seu centro cirúrgico nesta quarta-feira (19) por falta de pessoal, forçando o envio de dezenas de pacientes para outros hospitais.
No final da tarde desta quarta-feira (19), o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremesc), Vicente Pacheco de Oliveira, anunciou que a entidade encaminhou ao Ministério Público Federal um pedido de intervenção federal em Santa Catarina, em função da greve e da "falta de remédios e materiais essenciais" na rede hospitalar pública .

A paralisação é estadual . Está forte nos hospitais públicos da capital, Lages e Joinville. Só em Florianópolis, quase 1.400 cirurgias foram canceladas desde o início do movimento.

Cerca de 3 mil auxiliares de enfermagem formam o núcleo principal da paralisação. Médicos e enfermeiros diplomados continuam trabalhando.

O fechamento dos blocos cirúrgicos do HCR foi decidido pelo diretor do hospital, Ivan Martins da Silva, na noite de terça (18), devido à falta de pessoal. Ele se queixou que tinha "apenas uma enfermeira diplomada" para atender um andar com 42 leitos.

Na tarde desta quarta-feira (19), quatro dos sete andares utilizados pelo HCR estavam vazios, quando em dia normal são tantos os pacientes que eles ficam até em camas nos corredores.

A secretaria da Saúde remanejou enfermeiros para atendimento em áreas vitais como UTIs e diálise renal, que não podem parar - no caso do Celso Ramos, cerca de 30 pacientes por dia estão sendo atendidos na unidade.

A greve começou no final de outubro. No início de dezembro, o Ministério Público foi à Justiça obrigando o Governo a resolver o problema do atendimento em seis dias, impondo multas pessoais ao secretário de Saúde Dalmo de Oliveira e ao superintendente hospitalar da secretaria, Valter Gomes. Mas antes do fim do prazo, a Justiça reverteu a decisão, beneficiando as duas autoridades. A greve continuou.

O movimento começou como insatisfação pela contratação de novos funcionários para o Hospital Regional de São José. Os novos não ocuparam as vagas dos antigos, mas estes deixaram de ser necessários para cobrir plantões, o que na prática seria corte de salário. Para o Estado, a vantagem seria ter mais pessoal pela mesma folha de pagamento.

Segundo Pedro Paulo Rocha, presidente do Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde nos Hospitais Públicos e Privados de Santa Catarina) "nosso pessoal está irredutível, não aceitamos o corte da hora-plantão e queremos uma gratificação de 50%".

O governador Raimundo Colombo não dá entrevistas sobre o tema. A última nota da assessoria foi publicada na última terça-feira (18) na página do governo catarinense na internet. Informa que "sensibilizado com a reivindicação do servidor e preocupado em garantir o funcionamento dos hospitais, o Estado garantiu prontamente a manutenção da hora-plantão".

Há ainda um impasse entre governo e servidores da saúde catarinense em relação a um prêmio por produtividade quadrimestral que seria pago no quinto mês.

Os grevistas querem uma antecipação (ou abono, ou gratificação) de 50% sobre o vencimento de cada servidor e que pode ser paga de forma parcelada em 2013, dividida entre os meses de março, junho e outubro.

O governo estuda contratar mil funcionários temporários para ocupar as vagas dos grevistas, mas para isso teria que ignorar a chamada de concursados já aprovados, abrindo um novo conflito.

fonte: uol.com.br

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