quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sem negociação, professores de São Paulo podem ir à greve em abril


Os professores da rede estadual de ensino, organizados pela APEOESP, compareceram em grande número à audiência pública promovida pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa com a presença do secretário Estadual da Educação, em atividade de prestação de contas das atividades da Pasta.

Após a explanação inicial do secretário, a APEOESP, por intermédio da presidenta Maria Izabel Noronha, Bebel, cobrou do secretário respostas para as demandas da categoria, há muito apresentadas e que constam da pauta de reivindicações da entidade. O sindicato não obteve respostas claras e nem positivas aos principais pleitos da categoria. Para a presidenta da APEOESP, a atitude do secretário reforçou “nossa disposição de organizarmos uma forte mobilização para o início do ano de 2013, que pode culminar com uma forte greve em abril, caso o governo estadual não estabeleça negociações com a APEOESP visando o atendimento de nossas necessidades”.

Uma das questões tratadas pela entidade foi sobre a questão salarial. A APEOESP cobrou a implementação do reajuste de 5,2% para complementar os 10,2% previstos em lei para 2012, bem como a reposição salarial de 36,74% referentes a nossas perdas salariais acumuladas. O secretário nada respondeu sobre a reposição das perdas e apenas anunciou que enviará à Assembleia Legislativa no início de 2013 um projeto de reajuste, mas não informou qual o seu percentual.

Outro ponto importante debatido foi a jornada do piso. Cobrado quanto ao cumprimento do compromisso de negociar a jornada do piso na Comissão Paritária, o secretário utilizou vários argumentos para fugir da questão. Primeiro, alegou que somente pode discutir o assunto quando tiver dimensionado o impacto orçamentário das mudanças na carreira do magistério que vem sendo debatidas na comissão. Depois alegou que a questão está sub-judice e que cumprirá o que a justiça determinar. Disse também que o governo estadual já cumpre a jornada do piso. “Na mesma resposta, ele mostrou três variações diferentes sobre o mesmo tema”, comentou Bebel.  Outros assuntos discutidos com o secretário foram a implantação do ensino integral; sobre a condições precárias do professor temporário (categoria O); sobre a aposentadoria especial; sobre a institucionalização do Fórum Estadual da Educação; sobre melhorias das condições de trabalho, que levam os professores ao adoecimento.

“Diante dos posicionamentos do Secretário na audiência, dos ataques que vem sendo realizados pelo Governo Estadual contra os direitos dos professores e à escola pública, e, sentindo a indisposição para o atendimento das reivindicações, reafirmamos a deliberação da nossa Conferência, realizada em Serra Negra: em fevereiro e março, a preparação da greve com diálogo com a sociedade: em abril, se não houver atendimento das nossas reivindicações, a deflagração de uma greve.

fonte: cut.org.br

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