terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Cafeicultores da Colômbia fecham estradas no primeiro dia de greve


Milhares de cafeicultores colombianos bloquearam estradas e impediram a chegada dos grãos ao porto nesta segunda-feira, primeiro dia de uma greve com a qual eles cobram mais apoio governamental, após anos de problemas climáticos, doenças nas lavouras e câmbio valorizado.

A disputa, se não for resolvida rapidamente, pode atrapalhar as esperanças colombianas de elevar sua produção de café de 7,74 milhões de sacas de 60 kg em 2012 para 10 milhões neste ano.

A renda dos cafeicultores da Colômbia diminuiu nos últimos anos por causa do preço dos fertilizantes e de outros insumos importados, e também por causa do valor baixo do café no mercado internacional e da excessiva valorização do peso colombiano - o que torna o produto local menos competitivo no mercado externo.

"Precisamos de rendimentos para os cafeicultores, estamos quebrados", disse Oscar Gutiérrez, coordenador de uma entidade que reúne cafeicultores de vários departamentos (províncias).

Segundo ele, durante a greve não haverá nem colheita nem venda de café.

A Colômbia é o quarto maior produtor mundial de café, atrás de Brasil, Vietnã e Indonésia. O país teve no ano passado sua pior safra em três décadas.

Desde 2009, os produtores sofrem o impacto das chuvas torrenciais, que encharcam a terra e derrubam os grãos dos pés de café, além de causar uma doença que dizimou as lavouras.

Um programa de renovação dos cafezais, com o objetivo de melhorar a produção nos próximos anos, também fez com que milhares de hectares ficassem temporariamente ociosos.

"Estamos vivendo na miséria", disse Teodulo Guzman, diretor de uma organização privada de cafeicultores no departamento de Huila.

"No momento, não temos dinheiro para pagar catadores de café, nem para fertilizar. A colheita secundária parece boa, mas vai ficar danificada porque não temos dinheiro para apanhar os grãos."

fonte: estadao.com.br

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