sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Tunisianos participam de greve geral após morte de líder opositor


Os tunisianos foram convocados nesta sexta-feira a participar de uma greve geral em protesto pela morte do líder opositor Chukri Belaid, assassinado a tiros na última quarta-feira (6). Há temores de que a manifestação gere mais violência, no país que foi berço da chamada Primavera Árabe, em 2011.

Familiares e aliados de Belaid acusam o partido governista de cumplicidade no assassinato.

Na tentativa de conter a reação à morte de Belaid, na quarta, o premiê Hamid Jebali anunciou a dissolução do governo e a formação de um gabinete emergencial de tecnocratas antes da convocação de eleições. Porém, o partido dele, o Nahda, rejeitou as medidas.

Nesta quinta, a União Geral de Trabalhadores Tunisianos (UGTT) se uniu à convocação feita pelos principais partidos da oposição à greve geral. O principal sindicato do país acusou o governo de "propagar a violência política e social" no país e convocou todas as formações a unirem-se ao cortejo fúnebre, nesta sexta-feira.

Por outro lado, o ministro do Interior, Ali Laridi, pediu calma e assegurou, na TV pública, que a polícia está em estado de alerta. Desde quarta-feira são realizados vários protestos em mais de uma dezena de cidades em todo o país, incluindo a capital, Túnis. Em muitos deles, os protestos derivaram em enfrentamentos entre policiais e manifestantes.

Cerca de 50 deputados opositores anunciaram ontem que suspendiam temporariamente sua representação e se retiravam da sessão extraordinária que era realizada pela Assembleia Nacional Constituinte, convocada para discutir a crise suscitada após a morte de Belaid.

CRIME

Belaid foi assassinado na frente da sua casa, em Túnis, por um motociclista que fugiu. Ninguém reivindicou a autoria do crime. Apesar disso, uma multidão ateou fogo à sede do Nahda, que formou a maior bancada nas eleições legislativas de 16 meses atrás, as primeiras no país depois da revolução que derrubou o ditador Zine al Abidine Ben Ali.

Belaid era um advogado esquerdista que tinha relativamente poucos seguidores políticos, mas que falava por muitos que temem restrições de radicais religiosos às liberdades conquistadas recentemente.

fonte: folhasp.com.br

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