quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Greve histórica eleva reajuste para 7,5% e valoriza piso, que sobe 16,33%

Greve nacional garantiu avanços importantes para a categoria
Em reunião realizada na última segunda-feira (11), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Comando Nacional dos Bancários uma nova proposta para a categoria. Os bancos, após quase duas semanas de intransigência, avançaram nas negociações, graças à greve histórica dos bancários, a maior dos últimos 20 anos. A principal novidade é a valorização do piso nacional da categoria, que passaria dos atuais R$ 1.074,46 para R$ 1.250, um aumento de 16,33%. Os bancos elevaram também o reajuste salarial, cuja primeira proposta era de 4,29% (cobria apenas a inflação do período), subiu para 6,5%, na proposta apresentada na reunião do último sábado (9), e agora chega a 7,5% para os bancários que ganham até R$5.250, elevando também o teto, que anteriormente era de R$4.100.
Para quem ganha acima do novo patamar, os bancos propõem um valor fixo de R$ 393,75 ou de, no mínimo, a inflação do período, que foi de 4,29%. Este aumento fixo para quem ganha acima do teto também subiu: era de R$266,50 na proposta do dia 9. A PLR mantém a regra básica do ano passado, mas levando-se em consideração o índice de 7,5% sobre as verbas salariais (90% do salário mais R$1.100 e teto de R$7.181). O teto do adicional aumentou 14,3%: em 2009, era de R$2.100 e agora passa a ser de R$2.400. Há avanços também nos itens sobre assédio moral e segurança.

Maior greve dos últimos 20 anos dobra o aumento real e valoriza piso salarial
Foram 13 dias de greve, ou 312 horas de paralisação. A maior greve dos últimos 20 anos, na avaliação da Contraf-CUT e dos sindicatos, fez a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) recuar de sua intransigência, retomar as negociações e avançar na proposta para a categoria. Os bancos começaram oferecendo 4,29% de reajuste, ou seja, zero de aumento real. Os bancos sentiram a força da mobilização e elevaram a proposta para 6,5%, na negociação realizada no sábado, dia 9. O Comando Nacional dos Bancários decidiu manter a greve, levando a Fenaban a, finalmente, apresentar uma proposta digna na segunda-feira (11): 7,5% de reajuste para quem ganha até R$5.250, índice que recai sobre todas as verbas salariais. O aumento real é de 3,1%, o dobro em relação ao acordo do ano passado. Acima deste teto, os bancos oferecem aumento de R$393,75 ou, no mínimo, a inflação do período (4,29%).

Valorização do piso
A mais importante conquista da categoria é a valorização do piso: 16,33% de aumento. Além disso, houve avanço na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com 14,28% a mais no adicional. “Garantimos ao piso da categoria um aumento real de 11,54%”, comemora Almir. Em relação a PLR, caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, esses valores serão aumentados até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 15.798.
“Só avançamos nas negociações em função da unidade nacional, que nos permitiu realizar uma greve forte. É inegável que a valorização do piso é uma conquista histórica, assim como o aumento real de salários, que chega a 3%. É importante destacar que arrancamos uma proposta superior à do BRB justamente por causa da negociação conjunta, da unidade nacional e do apoio da Contraf-CUT”, avalia o sindicalista.

Assédio moral e segurança serão incluídos na Convenção Coletiva
Outra vitória da greve é a inclusão de uma cláusula em Convenção Coletiva para o combate ao assédio moral, um dos mais graves problemas sofridos pelos trabalhadores do setor: a condenação por parte da empresa a qualquer ato de assédio e implementação de um canal de denúncias, com prazo para apuração e retorno ao Sindicato.
No item segurança será obrigatório o registro de boletim de ocorrência, divulgação de estatística semestral do setor e atendimento psicológico no pós-assalto.
“Avançamos além dos itens de remuneração. Incluir na Convenção Coletiva o combate ao assédio moral e mais segurança são também vitórias históricas”, conclui Almir

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