segunda-feira, 28 de maio de 2012

Jornalistas fazem greve na Grécia


A Grécia vive nesta segunda-feira um blecaute informativo devido a uma ampla participação dos jornalistas em uma greve de 24 horas, convocada pelas associações dos profissionais da imprensa, incluindo técnicos e administrativos, para reivindicar novos salários coletivos.

Em comunicado conjunto, os sindicatos dos meios denunciaram a demissão maciça no setor, uma piora das condições de trabalho por decisões unilaterais dos patrões, atrasos nos pagamentos dos salários e processos jurídicos sistemáticos contra sindicalistas.

"A greve de hoje é o início. Estamos dispostos a intensificar nossa luta para se fazer respeitar o direito laboral e reivindicar novos acordos salariais coletivos", assinala o comunicado comum dos sindicatos.

Os acordos salariais coletivos expiraram em 2010 e os proprietários e sindicatos patronais dos meios de imprensa rejeitam assinar novos acordos.

"O desemprego já afeta cerca de 35% dos jornalistas", disse à Efe o presidente da Associação de Jornalistas de Atenas, Dimitris Trimis.

A ESIEA conta com 6.000 filiados, 800 dos quais são aposentados.

"Devemos levar em conta que, além disso, há centenas de jornalistas que continuam trabalhando sem cobrar seus salários há meses", acrescentou Trimis.

A crise econômica, que se abateu duramente sobre a imprensa pela drástica queda da publicidade, se acrescentou à crise de confiabilidade que já afetava a imprensa grega há anos, porque os cidadãos a consideravam em geral parte do sistema corrupto político.

Trimis reconheceu que "os meios sofrem de uma crise de confiabilidade, devido aos vínculos de seus proprietários com o sistema político".

Como consequência, os jornais perderam cerca de 80% de seus leitores diários e ao redor de 60% dos leitores das edições dominicais, segundo os dados disponíveis pelas companhias de distribuição de imprensa.

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