sexta-feira, 29 de junho de 2012

Greve de peritos deixa corpos no chão em AL


Corpos deixados do lado de fora do IML de Maceió (AL)durante greve dos médicos-legistas

Corpos jogados a céu aberto, caminhão alugado de um frigorífico para acomodar cadáveres e vítimas de mortes violentas enterradas sem necropsia. Essas são algumas das consequências da greve de médicos legistas no IML (Instituto Médico Legal) de Maceió, que já dura oito dias.


Segundo o diretor-geral do órgão, Luiz Mansur, os profissionais alegam que não há condições de trabalho no local. A falta d'água no prédio é frequente. Moscas se acumulam nas paredes e urubus sobrevoam o imóvel, atraídos pelo mau cheiro.


O governo de Alagoas alugou um caminhão para armazenar os corpos de vítimas de crimes violentos que deram entrada nos últimos dias no IML da capital, mas o veículo não chegou a ser utilizado.

Segundo um legista que pediu para não ter o nome divulgado, o caminhão foi alugado de um frigorífico da Paraíba, mas chegou a Maceió sem serviço de refrigeração.

Mansur disse que o veículo não foi necessário porque os corpos começaram a ser liberados para as famílias no domingo, sem a realização de perícia, por determinação da Secretaria da Defesa Social.

Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Welington Galvão, esses corpos -cerca de 35- terão de ser exumados para que sejam feitos laudos indispensáveis a inquéritos policiais.

No sábado, a Justiça decretou a ilegalidade da greve, mas o sindicato recorreu. Galvão afirma que os legistas estão dispostos a voltar ao trabalho. "Só não voltamos em Maceió porque o Estado não apresentou outro local para fazer as perícias", disse.

O secretário de Defesa Social, coronel Dário César, disse que o governo ainda procura uma solução.

Em Maceió, cruzaram os braços também os odontolegistas e os peritos criminais.

O odontolegista João Guimarães, que trabalha no IML de Maceió há dez anos, contou que faltam equipamentos básicos como máscaras e luvas. Apenas duas geladeiras funcionam.
"Os cadáveres tiveram que ficar do lado de fora, porque ninguém suportava o mau cheiro lá dentro", disse.

fonte: folhasp.com.br

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