A greve de trabalhadores da usina São Francisco, em Sertãozinho (333 km de São Paulo), pode terminar nesta terça-feira (3).
Uma audiência entre representantes da empresa e do sindicato está marcada para a tarde desta terça no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, em Campinas.
A paralisação completa 21 dias nesta terça-feira e abrange motoristas, tratoristas e operadores de máquinas.
Se as duas partes chegarem a um acordo, os funcionários voltam ao trabalho nesta quarta (4), segundo o sindicato dos trabalhadores. Caso contrário, empresa e sindicato vão aguardar decisão do órgão, na próxima sexta-feira.
A categoria pleiteia 48,1% de aumento nos salários (jornada de oito horas diárias) --a empresa oferece 38%. Há divergências também quanto ao tíquete-alimentação.
Em greve, usina de Sertãozinho (SP) deixa de moer 100 mil t de cana
A greve de funcionários iniciada há 14 dias na usina São Francisco, em Sertãozinho (a 333 km de São Paulo), causa prejuízos à empresa.
A reportagem apurou com a indústria que, durante este período, deixaram de ser moídas 100 mil toneladas de cana-de-açúcar, o que significa a não produção de três milhões de litros de etanol e de 130 mil sacas de açúcar.
A paralisação foi deflagrada por motoristas, tratoristas e operadores de máquinas no último dia 13.
De acordo com José Carlos Rullo, presidente do sindicato que representa a categoria no município, a empresa fez uma proposta na semana passada, mas ela não agradou aos trabalhadores.
O impasse deve ser resolvido no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em Campinas. "A decisão vai para o dissídio coletivo. Não há mais negociação", disse Rullo.
Entre as reivindicações está o reajuste salarial de 48,1%, passando de R$ 884,40 para R$ 1.310, em jornada de oito horas diárias. Eles também pleiteiam aumento do tíquete-alimentação para o valor mensal de R$ 300.
Na semana passada, a usina ofereceu 38% de aumento, elevando os vencimentos para R$ 1.221. Os trabalhadores recusaram a oferta.
A empresa se comprometeu ainda a fornecer vale de R$ 70, retroativo a três meses, para ser pago em agosto, o que também não foi aceito.
Segundo o sindicalista, cerca de 300 trabalhadores aderiram à paralisação, o que inviabiliza completamente o trabalho na usina.
ALIMENTAÇÃO
O setor da alimentação também está negociando alta salarial com as usinas de açúcar do Estado. O pleito é de 10% de reajuste, segundo Antonio Gonçalves Filho, secretário-adjunto da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores em Indústrias de Alimentação de São Paulo).
As usinas oferecem 7% de aumento --a categoria avalia se aceita ou não a proposta. Assembleias estão sendo realizadas em vários sindicatos para analisar o percentual.
Funcionários pedem também extensão do adicional noturno até o fim da jornada e implementação de cesta básica ou tíquete para quem ainda não recebe o benefício. "Primeiro, vamos falar do aumento salarial. Depois, negociar, caso a caso, a questão do tíquete, que deve ser tratada de forma individual com cada usina", disse.
A decisão sobre a proposta de reajuste salarial feita pelos patrões deve sair ainda nesta semana.
fonte: folhasp.com.br
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