quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Metalúrgicos do Estado de SP

Metalúrgicos de Campinas param por 24 horas e criticam projeto do ABC

Trabalhadores do setor de metalurgia iniciaram nesta terça-feira (11) uma paralisação de 24 horas em empresas da região de Campinas (93 km de São Paulo). Eles buscam reajuste salarial acima da inflação e contestam um projeto de lei que, segundo a Intersindical, flexibiliza direitos trabalhistas.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, vinculado à Intersindical, afirmou que cerca de 6.000 trabalhadores aderiram à paralisação em três empresas: Mabe, CAF e AmistedMaxion.

Outros 5.000 fizeram assembleias na segunda-feira (10) pela manhã e atrasaram o início da produção em outras unidades, de acordo com o sindicato.

"Em muitas empresas o trabalhador aumentou a produção, mas está tendo dificuldade para conseguir um aumento que recupere pelo menos a inflação do período", disse o diretor do sindicato Eliezer Cunha.

A assessoria de imprensa da AmistedMaxion disse que a empresa estava com uma paralisação parcial hoje que não afetou a produção. A assessoria de imprensa da CAF disse que não tinha um posicionamento sobre o assunto. A Folha não conseguiu localizar responsáveis pela Mabe.

ACORDO COLETIVO ESPECIAL

O sindicato também divulgou nota de repúdio ao projeto do chamado ACE (Acordo Coletivo Especial), encaminhado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC --vinculado à CUT (Central Única dos Trabalhadores)-- à Secretaria-Geral da Presidência.

"A proposta é um desastre para os trabalhadores, porque permite que sindicatos reduzam direitos através de acordos entre empresários e sindicatos", disse Cunha. "As empresas têm muitos mecanismos de pressão e o trabalhador que não estiver de acordo não vai nem poder entrar na Justiça."

A assessoria de imprensa do sindicato dos metalúrgicos do ABC disse que não tinha nenhum porta-voz para comentar as críticas.

O material de divulgação do projeto diz que o objetivo é "garantir segurança jurídica aos acordos específicos entre sindicato e empresa" e fazer com que a negociação coletiva seja "valorizada e adotada no País como instrumento mais moderno para a solução de conflitos".


Metalúrgicos da GM em São José aprovam reajuste de 8,24%

Metalúrgicos de dois turnos do complexo industrial da General Motors em São José dos Campos (SP) aprovaram nesta terça-feira proposta de aumento salarial de 8,24 por cento, reduzindo ameaça de greve na unidade que enfrenta negociação para manutenção de nível de emprego.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a proposta aceita pelos trabalhadores dos primeiro e terceiro turnos inclui aumento real de 2,7 por cento e abono de 3.250 reais. O reajuste é válido a partir de 1o de setembro.

A fábrica da GM em São José dos Campos emprega cerca de 7,5 mil trabalhadores, segundo o sindicato, e foi a primeira na região a fechar acordo com a entidade.

Grupos de metalúrgicos que trabalham em empresas como a fabricante de aviões Embraer na região, seguem negociando reajustes, cobrando aumento real de 7,48 por cento. Segundo o sindicato, a maior parte das companhias está oferecendo apenas reposição de inflação.

Para ser aprovada integralmente, a oferta da GM precisa de aprovação do segundo turno, que normalmente acompanha o posicionamento dos outros turnos.

Na semana passada, a GM tinha oferecido aumento real de 2 por cento mais abono de 2.500 reais, mas os trabalhadores rejeitaram a proposta e aprovaram estado de greve. Inicialmente, a montadora oferecia apenas reposição da inflação, de 5,39 por cento, segundo o sindicato.

Enquanto isso, as negociações para manutenção de empregos na fábrica da montadora prosseguem, segundo o sindicato. A GM suspendeu no início de agosto até novembro 1.840 demissões que estavam programadas para a unidade. A linha conhecida como MVA está encerrando a produção de vários veículos que estão sendo substituídos por novos modelos de outras fábricas da marca no país.

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