sábado, 22 de setembro de 2012

Trabalhadores de rede de supermercado fazem paralisação

Dia da Quarta verde: dia da luta por dignidade, condições de trabalho e respeito por parte da empresa.

Escrito por: Sílvia Medeiros em cut-sc.org.br

Mesmo sem pão quentinho, sem poder comprar alimentos para preparar o almoço, sem poder aproveitar a Supermercado do Bairro Trindade é um dos mais lucrativos da rede promoção de frutas da quarta-feira, mesmo mudando a rotina da comunidade, a população passou no Supermercado Comper no bairro Trindade em Florianópolis, dia 19 de setembro e aplaudiu a iniciativa de paralisação dos/as funcionários/as.

“Isso demorou muito a acontecer, nós como clientes vemos a exploração que é feita com estes trabalhadores. São condições sub-humanas de trabalho. Eles reduziram o número de atendentes, as vezes chegamos a ficar duas horas numa fila, percebemos que os funcionários se esforçam, mas quem não se esforça são os donos do mercado”, desabafou uma moradora da região que passou em frente da manifestação aplaudindo e gritando palavras de apoio.

Supermercado do Bairro Trindade é um dos mais lucrativos da rede
Os trabalhadores paralisaram os serviços, o Supermercado ficou fechado das 07 às 16 horas, ninguém entrou comprar, ninguém manifestou posição contrária, a não ser, os gerentes e supervisores que foram transferidos de outras lojas para intimidar os manifestantes. Foram 70% dos funcionários que cruzaram os braços e pediram uma outra postura da direção do

Comper “Há tempos pedimos melhores condições de trabalho e não somos atendidos, avisamos que se não mudassem faríamos greve, eles duvidaram de nós, ficaram dizendo que não era verdade, que nós não tínhamos coragem e hoje paramos” relata um funcionário que trabalha no caixa do Supermercado há um pouco mais de um ano.

A rede de Supermercado Comper que esta entre as 10 maiores redes de supermercado do Brasil, com lojas distribuídas no estado de Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, emprega mais de seis mil funcionários. De acordo com o dirigente do Sindicato dos Comerciários de Florianópolis, José Roberto da Silva, o Beto “Esta rede de Supermercados tem alta rotatividade de funcionários, o salário é baixo e as condições de trabalho são precárias”. Um dos funcionários do supermercado, que preferiu não se identificar falou que trabalha há menos de três meses na empresa, mas já foi o tempo suficiente para ver que ali não tem condições de trabalho.

Na ameaça de abrir o mercado, trablahadores/as dão as mãos e demonstram a sua resistência
Devido à grande repercussão da greve, a empresa negociou e entregou um documento assinado, aceitando algumas reivindicações dos grevistas:

Alimentação - Os trabalhadores reivindicavam uma alimentação decente, visto que a empresa terceirizada que atende o supermercado enviava marmitas com comida velha, revirada, e às vezes, estragada. O Comper se comprometeu em fiscalizar a alimentação e se não melhorar, em 30 dias pode romper com o convênio.

Folgas - O supermercado se comprometeu de não burlar mais a escala de folgas e cumprir a lei de, a cada 15 dias, estabelecer uma folga ao trabalhador. Essa cláusula há muito não vinha sendo cumprida com alguns chegando a ficar mais de 30 dias sem folga.

Feriados - O supermercado abria nos feriados e, em vez de folga, levava para o banco de horas. Isso também não vai mais acontecer, segundo o acordo.


Anotação das funções - Muitos funcionários desempenhavam funções diversas, sem a devida anotação na carteira. Agora, o supermercado terá trinta dias para regularizar a situação.

Aumento salarial - Como os trabalhadores do comércio tem sua data-base em primeiro de outubro, estão em processo negocial. Ficou acordado que na reunião do dia 26 de setembro, a representação do Comper vai participar e ficar mais presente no processo.

Segundo Anna Júlia Rodrigues, Secretaria Geral da CUT-SC, a paralisação foi muito positiva “Para alguns é novidade a greve no setor privado, mas isso demonstra a força do/a trabalhador/a. Os direitos têm que ser respeitados e o que os/as corajosos/as funcionários/as do Comper fizeram, demonstram a luta dos/as trabalhadores/as e mostram que somente juntos e unidos é que sairemos vitoriosos”, destaca Anna Júlia.

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