sexta-feira, 28 de março de 2014

Êxito da greve geral modificou panorama político paraguaio

A exitosa greve geral realizada no Paraguai nesta quarta-feira (26) introduziu, evidentemente, modificações de importância no panorama político do país sul-americano. A primeira greve dessa envergadura que enfrentou o governo do presidente Horacio Cartes desde sua ascensão ao poder, de acordo com seus organizadores, teve mais de 80% de adesão e seu impacto na capital teve repercussão em 35 regiões do país.

Manifestação em Cidade do Leste, mais de 9 mil pessoas fecharam a ponte que liga o Brasil ao Paraguai. março 2014

A primeira consequência da greve foi a decisão oficial antecipada de convidar os líderes sindicais para uma conversa. Horas antes do início da paralisação o vice-presidente Juan Afara, acompanhado de 11 ministros do gabinete, propôs uma mesa de diálogo com os setores grevistas para esta quinta-feira (27).

A proposta, apresentada diante do já esperado apoio à paralisação, constituiu uma aparente flexibilização do Executivo, mas os temas a discutir seriam, entre outros, a revogação Lei de Aliança Público-Privada, a reforma agrária e o aumento salarial de 25%.

O problema fundamental para conseguir acordos dessa magnitude encontrou-se nas declarações do próprio Afara. Ele defende a lei APP e afirma ser impossível aumentar o salário mínimo em mais de 10%. A reforma agrária o vice-presidente sequer mencionou em seu comunicado. 

Para evitar uma armadilha preparada pelo governo e alcançar as reivindicações propostas na greve, vão participar da reunião, nesta quinta-feira, as seis centrais sindicais, os movimentos sociais organizados e a Federação Nacional Camponesa. 

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