sexta-feira, 28 de março de 2014

SAÚDE em Salvador BA: Médicos e Obstetras em greve.

Médicos da emergência do Hospital Espanhol iniciam greve

Os médicos que trabalham na emergência do Hospital Espanhol iniciam uma paralisação neste sábado, 29, por tempo indeterminado, para protestar contra as condições de trabalho.

A categoria reivindica a aquisição de insumos e medicamentos básicos e a contratação de mais profissionais. Além disto, os médicos denunciam os atrasos nos pagamentos dos salários e a falta de recolhimento de INSS e FGTS.


Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães, a paralisação é encabeçada pelos profissionais contratados com base na CLT.

Enquanto isso, a emergência segue com atendimento suspenso. Uma faixa foi colocada em frente ao hospital, com a frase: "Emergência do Espanhol fechada por falta de condições de trabalho".

Histórico

Após realizarem uma paralisação de três semanas em fevereiro de 2013, os médicos da emergência do hospital iniciaram outra greve em abril, por conta da falta de pagamento dos salários e do não cumprimento de um acordo feito junto ao Ministério do Trabalho, que previa a melhoria das condições de trabalho e contratação de novos profissionais. Apesar disto, os médicos da UTI não aderiram ao movimento.

Na época, Francisco Magalhães afirmou que a situação do hospital era um reflexo da crise vivida há dez anos, devido ao endividamento para pagamento de dívidas trabalhistas e pelo custeio da construção de um prédio anexo, financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A crise financeira piorou com uma dívida da prefeitura no valor de R$ 2 milhões, relativa à contratação de serviços e procedimentos de média e alta complexidade. Por meio de um pacto com o município, o hospital atendia 129 pacientes que faziam hemodiálise, mas não possuía verbas para os procedimentos, alimentação e medicamentos.

No mês de maio, o hospital concordou em modificar seu estatuto e incluir no conselho da instituição dois representantes externos à Real Sociedade Espanhola de Beneficiência, sendo um da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) e outro do Planserv, como contrapartida ao empréstimo da Desenbahia.

Já com a mudança ocorrida em fevereiro deste ano, a Fundação José Silveira assumiu a gestão plena da unidade de saúde, com o apoio do conselho administrativo. Também ficou acordado o pagamento da última parcela do empréstimo, no valor total de R$ 110 milhões.

Obstetras do Roberto Santos entram em greve

Médicos obstetras que trabalham na maternidade do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), no Cabula, entraram em greve nesta quinta-feira, 27, por tempo indeterminado. Os profissionais reivindicam aumento no quadro de funcionários, melhorias na unidade e aquisição de novos equipamentos.

Segundo João Paulo Farias, médico obstetra do HGRS, e que trabalha no local desde 1991, a principal questão é a falta de médicos.

"Os plantões estão desfalcados, o que tem levado a escalas de trabalho com dois e até mesmo um obstetra. Para atender à demanda e ainda orientar residentes e estudantes, deveriam ser quatro plantonistas. Também faltam materiais e equipamentos disponíveis 24 horas, como aparelho de cardiotocografia e ultrassom, o que é indispensável em uma unidade de alto risco", disse.

Segundo Farias, a greve foi a única alternativa que a categoria encontrou para pressionar a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab).

"Não reivindicamos salários. Até porque muitos colegas estão para se aposentar. O hospital tem 35 anos e nunca houve melhorias na estrutura. Há apenas um sanitário para pacientes e acompanhantes, o qual foi improvisado e não cabe maca nem cadeira de rodas. Queremos ambiente de trabalho padrão Fifa", questionou.

Janete Santana dos Santos, gestante de nove meses, foi ao HGRS às 16h30 de ontem em busca de atendimento. Segundo a paciente, ela sentia fortes dores devido a uma infecção que adquiriu.

fonte: atarde.uol.com.br

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