quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Política: Artigo faz análise sobre a Greve Geral realizada em Portugal

"Foi a maior greve dos últimos 23 anos"
Delegados portugueses na Conferência Mundial da Argélia (realizada entre 27 e 29 de novembro na Argélia) falaram da resistência em seu país às medidas de ajuste. "Foi a maior greve dos últimos 23 anos”, disse Carmelinda Pereira, sindicalista da educação. "Nesse dia, não foi produzido nenhum dos 500 carros diários na fábrica", disse Antônio, operário da Volks.
Em 24 de novembro, as duas centrais sindicais, CGTP e UGT, uniram-se no apelo à greve geral contra o plano de austeridade do governo "socialista", o mercado financeiro.
Paralisaram-se portos, ferrovias e aeroportos, Escolas fecharam. A greve atingiu todos os serviços públicos e as grandes empresas privadas, em particular a indústria automobilística, com uma adesão de 90%.
O primeiro ministro José Sócrates tinha dito que qualquer que fosse a amplitude da greve, o governo não cederia nas medidas anunciadas.
Diálogo social?
Manuel Carvalho da silva, secretário geral da CGTP, respondeu que "no dia seguinte da greve nós pediremos a retomada do diálogo social com o governo".
Diálogo social com um governo que anuncia não ceder em nada? Um governo cujo orçamento, adotado dois dias depois da greve pelo Parlamento, visa diminuir o déficit público de 73,3% em 2010 para 4,6% em 2011? O orçamento prevê a diminuição dos gastos sociais, redução do salário do setor público em 5%, congelamento das pensões e aumento dos impostos.
"espero que a adoção do orçamento permita reforçar a confianças dos mercados" disse o presidente Cavaco Silva.
O que esperam os trabalhadores das direções de seus sindicatos?
"Não queremos ver os dirigentes negociarem indenizações para os demitidos. Queremos os sindicatos, unidos para garantir nossos empregos", afirma carta da comissão de coordenadores das comissões da empresa Eutoeuropéia. O que os trabalhadores esperam das duas centrais é que recusem negociar com o governo antes que ele abandone os ataques aos empregos e salários e que retire seu plano de austeridade.
fonte: Jornal O Trabalho edição impressa - p.11, nº685 - dezembro 2010. www.jornalotrabalho.com.br

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