- por Péricles de Lima (presidente da CUT Zona da Mata - MG)
"Quando surgem as greves percebemos que os baixos salários e as péssimas condições de trabalho não se tratam de um problema individual. São problemas de todos nós trabalhadores. Passamos a entender que isoladamente estamos condenados à miséria, mas que juntos somos fortes e enfrentamos governos e patrões. É a consciência de classe que começa a despertar.
Por isso, quando levantamos nossas reivindicações e deixamos de nos submeter aos governos e patrões, tomamos o caminho da vitória. É quando nos transformamos de trabalhadores em guerreiros e começamos a exigir que nosso trabalho não seja somente para enriquecer os parasitas, mas que nos permita viver dignamente, como seres humanos.
Assim, as greves nos ensinam que somente unidos podemos agüentar a luta contra os capitalistas e a pensarmos na luta de toda a classe trabalhadora contra a classe capitalista e contra o estado burguês. Exatamente por isso, nós socialistas, chamamos as greves de "escola de guerra".
Todas as greves conquistam pelo menos uma vitória política, que é a consciência de classe, consciência de que unidos somos fortes e que pertencemos à classe trabalhadora.
Das greves isoladas, nós podemos e devemos passar à luta de toda a classe trabalhadora por sua emancipação. É quando todos os trabalhadores conscientes se tornam socialistas e se unem para propagar entre os trabalhadores o socialismo e ensinar-lhes todos os meios de luta contra os seus inimigos.
A greve exerce uma enorme influência moral sobre os grevistas e também sobre outros trabalhadores. É contagiante vermos nossos companheiros se transformarem de escravos em guerreiros. Por isso, a greve é um momento propício para difundirmos as idéias socialistas e criarmos as células, núcleos de base das organizações socialistas".
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