sexta-feira, 10 de junho de 2011

Maquinista rejeita título de herói e faz campanha salarial durante evento com Geraldo Alckmin

O maquinista Ednaldo Delmiro da Silva, 40, foi considerado herói no acidente dessa quinta-feira (9), quando um ônibus caiu de um viaduto na divisa de São Caetano do Sul e Santo André sobre a linha férrea da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Ao ser alertado por moradores sobre o ônibus, o maquinista freou o trem e impediu que os dois veículos se chocassem bruscamente. Ao todo, 15 pessoas ficaram feridas, mas nenhuma corre risco de morte - seis ainda estão hospitalizadas.

Por seu desempenho, Ednaldo recebeu uma homenagem na manhã de hoje do governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante a entrega de três novos trens da CPTM. Alckmin, no entanto, não deve ter ficado muito satisfeito com o que aconteceu. Além de negar o título de herói e creditar o desempenho de ontem aos moradores que lhe avisaram sobre ônibus, o maquinista usou um adesivo no peito sobre campanha salarial dos ferroviários.

O maquinista Ednaldo Delmiro da silva, com seu adesivo, ao lado do governador Geraldo Alckmin
"Campanha salarial – ferroviários da CPTM exigem respeito. Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de S. Paulo”, dizia o adesivo ostentado pelo maquinista. Entre meados de maio e o início de julho, os trabalhadores da CPTM realizaram paralisações e greves para exigir aumento salarial, entre outras reivindicações. "Eles [o governo do Estado] dizem que a CPTM vai ter a qualidade do Metrô, então nós também queremos equiparação de salários [com os metroviários]", disse Silva.

Alckmin ouviu a reivindicação do funcionário, mas não fez comentários. Alguns momentos antes, o governador havia parabenizado o maquinista. "Ele é muito experiente, muito capacitado, e evitou uma tragédia", disse.

Sobre o acidente em si, Ednaldo afirmou que “não tinha visão do acidente, porque o ônibus caiu numa região de curva. “Se o passageiro não tivesse acenado, eu só iria ver [o ônibus] a uns 150 metros", afirmou Silva, que trabalha há 11 anos como maquinista. "Eu tenho experiência, mas a gente nunca imagina encontrar um ônibus na frente."

fonte: Agência Estado

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