quinta-feira, 24 de maio de 2012

Greve no metrô de BH e Recife completa dez dias


A greve dos trabalhadores dos metrôs de Belo Horizonte e de Recife completou na quarta-feira (23) dez dias sem nenhum avanço nas negociações com o governo federal, responsável pela CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos).

Em Natal, Maceió e João Pessoa, parte dos trens está parada desde o dia 15.

Nas cinco capitais, cerca de 512 mil passageiros estão sendo afetados diariamente --500 mil só em Minas e em Pernambuco.

Segundo os sindicalistas, ligados à CUT, as paralisações "coincidiram" com a de São Paulo por causa da data-base da categoria, em maio.

Essas greves, no entanto, têm efeito mais moderado que a da capital paulista. Além de os sistemas serem menores --o de Belo Horizonte tem só 27 km de extensão, com 19 estações, e o de Recife, 39,5 km, com 28 estações--, os grevistas têm mantido os trens operando nos horários de pico, por determinação judicial.

Em João Pessoa, onde os trens transportam 7.000 pessoas por dia, o número de viagens caiu de 28 para 8. Em Natal, que só tem uma locomotiva na ativa, só há quatro viagens por dia com a greve.

Os grevistas pedem reposição da inflação (5,1%), 10% de aumento real e plano de saúde integral. Desde o início do movimento, a CBTU não ofereceu nenhum reajuste.

O presidente da companhia, Francisco Colombo, disse que propôs o fim da greve para começar a negociar e "tentar sair do índice zero".

Segundo os sindicatos, o salário-base inicial da categoria é de cerca de R$ 980.

Para Ulysses Carraro, engenheiro de transporte e membro da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), o problema nas outras capitais é menor do que em São Paulo porque afeta menos gente, mas não deixa de ser grave. "O fato é que pessoas ficaram na rua e não chegaram ao emprego, e é isso que importa."

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