quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Em Lisboa e São Paulo metroviários se mobilizam


Greve contra aumento de impostos para metrô de Lisboa

Lisboa amanheceu nesta quinta-feira com todas as estações de metrô fechadas e o serviço totalmente paralisado em uma nova greve parcial de seus funcionários em protesto contra a política de ajustes do governo.

Sindicatos e a empresa informaram que os trens não circularam durante as primeiras horas de serviço, das 06h até as 10h30 (locais), o que levou muitos portugueses a optar pelo carro e engarrafou ainda mais o trânsito na capital lusitana.

Durante os últimos dois anos, os funcionários do metrô lisboeta fizeram várias paralisações parciais, normalmente nos horários de pico do serviço, todas elas com forte adesão.

O transporte subterrâneo leva diariamente cerca de 450 mil pessoas, segundo dados fornecidos pela própria companhia.

REJEIÇÃO A CORTES SALARIAIS

A greve de hoje foi convocada pelos sindicatos para mostrar mais uma vez a rejeição aos cortes salariais aplicados ao elenco e defender o metrô como serviço público.

Os funcionários se opõem à possibilidade de privatização da companhia que administra o metrô de Lisboa, em meio aos esforços do Executivo conservador português para reduzir o gasto público.

Portugal, país que teve intervenção da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional há um ano e meio, se comprometeu, em troca do resgate financeiro, a diminuir o déficit público para 5% do PIB em 2012 e para 4,5% em 2013.

Para atingir a meta, o governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho aplicou severas medidas de austeridade destinadas a cortar as despesas do Estado, ao mesmo tempo em que realizou uma alta de impostos generalizada para tentar melhorar a arrecadação.

Sem proposta, metroviários de SP podem aprovar greve

Após reunião com representantes do Metrô que terminou sem nova proposta por parte da empresa na manhã desta quinta-feira, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo(Metroviários-SP) organiza assembleia, a partir das 18h30, com trabalhadores para decidir se entram em greve na próxima terça-feira (dia 2). A categoria está em estado de greve desde o último dia 13 e deu prazo até esta quinta para que o Metrô apresentasse proposta que agrade aos funcionários. Até agora, segundo o sindicato, a proposta não veio.

Procurado, o Metrô ainda não se manifestou sobre o resultado da reunião. De acordo com o diretor de comunicação do sindicato, Ciro Moraes, a empresa apresentou pela manhã a mesma proposta que levou os trabalhadores a aprovarem o estado de greve.

As principais reivindicações dos metroviários são participação nos lucros (PLR) igual para todos os funcionários e pagamento antecipado de abril de 2013 para outubro deste ano, além de melhoria na jornada de trabalho.

"Até 2007, ganhávamos participação dos resultados linear. Em 2007, tivemos uma greve que foi retaliada pelo Metrô com demissões. O protesto dos trabalhadores era por conta da decisão de usar a proporcionalidade de 30% na participação dos resultados", afirmou Moraes. De acordo com ele, desde 2008, a PLR recebida pelos trabalhadores é de parcela fixa somada ao montante proporcional a 40% do salário.

"Este ano, eles (Metrô) resolveram inovar com proposta de pagamento de PLR proporcional de 100% aos engenheiros, 80% para o plano representativo da empresa (coordenadores, assessores, gerentes e altos cargos) e 40% para dos demais trabalhadores. Todo ano lutamos para resgatar divisão linear da PLR", disse o diretor de comunicação do sindicato. O Metrô ainda não confirmou as informações passadas pelo sindicato.

Em nota distribuída à imprensa na última quinta-feira (20), o Metrô informou que a proposta de PLR "acompanha as variações salariais existentes na companhia, com garantia de que nenhum empregado da empresa receberá valor inferior a R$ 4.140,63". Além disso, a nota dizia que o pagamento será feito em abril de 2013 e que nenhum empregado realiza jornada acima de 40 horas semanais.

fonte: estadao.com.br

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