terça-feira, 18 de setembro de 2012

Metalúrgicos em São Paulo intensificam paralisações

Os metalúrgicos de São José dos Campos (SP) intensificaram as mobilizações da campanha salarial nesta semana. Nesta terça-feira, 18, quatro fábricas da região já foram atingidas por paralisações dos trabalhadores. Os trabalhadores da TI Automotive e da Emerson fazem greve por tempo indeterminado, enquanto a Sun Tech para por 24 horas e a Hubner ficou duas horas sem funcionar. Juntas, as quatro fábricas somam 1.200 trabalhadores, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

Os metalúrgicos de São José dos Campos pedem 7,48% de aumento real, além da reposição da inflação. A maioria das propostas recebidas até agora varia de 4,58% a 7,5% de reajuste total. Em assembleia no último Sábado (8), os trabalhadores decidiram intensificar os protestos da categoria.

"Estamos tentando desde o meio do mês de agosto, em reuniões, negociações, e não chegamos a um acordo. Nossa data-base é em 1º de setembro, já estamos no dia 18", reclamou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Herbert Claros. "Eles (patrões) dizem que estão em crise. Não sei como uma fábrica está em crise e aumenta o ritmo de produção", completou.

Na última segunda-feira,17, os trabalhadores da Wirex Cable, no município de Santa Branca, fizeram greve. Os metalúrgicos da fábrica rejeitaram a proposta de 7,5% de reajuste salarial e reivindicavam reajuste também no abono salarial. Os funcionários da Wirex Cable voltaram ao trabalho nesta terça-feira, diante da correção do vale alimentação (Visa-Vale) em 8,5% e da garantia de emprego aos trabalhadores até 30 de novembro. A empresa também abriu a discussão sobre a eleição de delegados sindicais.

O setor de trefilação, ao qual está ligada a Wirex Cable, ainda não fechou acordo salarial. A proposta do setor foi de 7% de aumento para empresas com até 50 empregados e 7,5% para empresas com mais de 50 empregados.

Grupo 2

Além das greves, a reunião entre representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e a bancada patronal do grupo 2 (máquinas e eletrônicos) da manhã desta terça-feira terminou sem sucesso. O setor apresentou proposta de aumento salarial de 6,5%, ainda distante do pedido dos trabalhadores.

"Rejeitamos na mesa de negociação. Para nós é só um sinal de que o setor patronal não quer acordo. Se não quer acordo, vamos intensificar as greves", disse Claros, ao final da reunião. De acordo com ele, a partir de quarta-feira (19), as paralisações locais em fábricas de máquinas e eletrônicos serão intensificadas como forma de protesto. Na quarta-feira (19), o sindicato negocia com o setor de autopeças.

Metalúrgicos de máquinas e eletrônicos rejeitam nova proposta

A reunião entre representantes da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (FEM-CUT/SP) e a bancada patronal do grupo 2 (máquinas e eletrônicos) desta tarde terminou sem acordo. O setor apresentou proposta de aumento salarial de 6% para fábricas com até 100 trabalhadores e 6,5% para fábricas com mais de 100 funcionários. A federação rejeitou a oferta e os trabalhadores devem pressionar o setor com paralisações e greves.
Ao todo, são 75.500 trabalhadores do grupo 2 na base da federação em todo o Estado. De acordo com a FEM, as regiões de São Carlos, Monte Alto e Matão reúnem grande proporção de empresas do setor. Em São Carlos, por exemplo, fica a fábrica da Electrolux. Os representantes dos sindicatos das três cidades, de acordo com a assessoria da FEM, anunciaram ao final da reunião de hoje paralisação do setor a partir de amanhã (18) por tempo indeterminado.

Os metalúrgicos do Estado ligados à Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (FEM-CUT/SP)reivindicam reposição da inflação em 5,39% calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e aumento real próximo a 2,5%, o que leva a índice de 8% de aumento.

As negociações com a bancada de máquinas e eletrônicos não têm nova data para reunião.

Demais grupos

O único grupo que já conseguiu aprovação de proposta pelos trabalhadores foi o do setor de fundição, que ofereceu 8% de reajuste. Os demais grupos (2, 3, 8, 10 e estamparia) ainda não chegaram ao índice reivindicado pelos metalúrgicos. Trabalhadores de montadoras ligados à FEM não participam da campanha salarial deste ano, pois fecharam acordo válido por dois anos em 2011. Ao todo, a FEM negocia por cerca de 200 mil metalúrgicos do Estado.

Mobilizados durante toda a semana passada, os metalúrgicos paulistas começaram a intensificar os protestos nesta semana, com paralisações e greves.

No ABC, cerca de 46 mil metalúrgicos começaram hoje greve por tempo indeterminado. Até ontem, 64 empresas da região haviam ignorado os grupos patronais e fechado acordos para evitar a paralisação das fábricas, por isso cerca de 23 mil trabalhadores do total de 70 mil que estão em campanha salarial no ABC não participam da greve no local. Além disso, não participam 1,2 mil funcionários do setor de fundição no ABC.

fonte: estadao.com.br

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