terça-feira, 18 de setembro de 2012

BANCÁRIOS EM GREVE:

Sem acordo, bancários de todo o país entram em greve

Os bancários de todo o Brasil iniciaram uma greve por tempo indeterminado nesta terça-feira para reivindicar melhores salários e esperam alcançar o mesmo impacto da greve do ano passado, quando mais de 10 mil bancos do país pararam por 21 dias.

Os grevistas, que querem um aumento salarial de 10,25% e um salário mínimo de R$ 2,416,38, assim como uma elevação da participação dos funcionários nos lucros dos bancos, não chegaram a um acordo com as instituições bancárias, que ofereceram um reajuste salarial de 6% e um salário mínimo de R$ 2,014,38.

A paralisação foi aprovada em assembleia realizada na noite de segunda-feira por 122 dos 127 sindicatos filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

Nas grandes capitas, como São Paulo e Rio de Janeiro, algumas agências bancárias estavam com suas portas fechadas, outras funcionavam com um número reduzido de funcionários e uma minoria operava normalmente.

Apesar da greve, os clientes podem utilizar os caixas eletrônicos e realizar transações pela internet, ou ainda pagar contas nas casas lotéricas.

"Apenas no final da tarde teremos um primeiro balanço sobre a adesão ao movimento, já que temos que consultar muitos sindicatos para saber o que está acontecendo", disse à Agência Efe uma fonte da Contraf.

"Como todos os anos, é normal que a greve não comece a todo vapor, mas vá crescendo dia a dia. Calculamos que teremos a mesma adesão que no ano passado após os 21 dias de greve", acrescentou a fonte.

Em seu primeiro balanço, o sindicado de Curitiba informou que 212 agências bancárias fecharam suas portas no primeiro dia de greve, acima das 144 que paralisaram os serviços no início da greve de 2011.

"A greve começou forte em seu primeiro dia pelo menos na região central da cidade", disse a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.

A assessoria de imprensa da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), consultada pela Efe, disse que a entidade não costuma realizar cálculos sobre funcionários paralisados e que, após ir contra a decisão dos grevistas, espera que os sindicalistas retornem à mesa de negociações.

A Fenaban informou em comunicado que apresentou suas propostas na convenção coletiva que foi realizada em agosto e que nunca recebeu respostas dos sindicatos sobre os pontos que precisam de melhorias segundo os trabalhadores.

Para os sindicalistas, o setor bancário, que vem acumulando elevados lucros nos últimos anos, tem condições de oferecer um reajuste salarial que supere em 5% a inflação do último ano (5,25%).

"Foram os bancários que provocaram a greve. Apesar dos lucros recordes e elevados prêmios para os executivos, os bancos se negam a atender nossas reivindicações", lamentou o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, em comunicado divulgado pela entidade sindical.

"A Fenaban reitera que confia no diálogo porque só quando colocarem as reivindicações na mesa de negociações será possível alcançar os requisitos necessários para assinar uma nova convenção coletiva", informou a entidade.

Cerca de 13 mil bancários participam da greve no primeiro dia em SP

Um balanço divulgado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região estima que mais de 13 mil trabalhadores participaram das paralisações na manhã desta terça-feira (18) no primeiro dia de greve dos bancários. O número representa cerca de 10% dos funcionários de banco da região, de um total de 138 mil.

Ainda de acordo com o sindicato, 402 locais, sendo 11 centros administrativos, fecharam na manhã desta terça. A Febraban, entidade que representa os bancos, não possui dados da paralisação.

Segundo a "Agência Brasil", o primeiro dia da greve dos bancários no Rio de Janeiro causou transtorno para quem precisava de atendimento nas agências. Na capital fluminense, onde, segundo o Sindicato dos Bancários, existem cerca de 1,3 mil agências, a maioria aderiu ao movimento.
Greve começou hoje
Bancários de todo o país entram em greve nesta terça-feira (18) por tempo indeterminado. A paralisação inclui tanto bancos públicos quanto privados, segundo informou Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. No ano passado, a categoria ficou em greve por 21 dias.

A paralisação foi aprovada nas assembleias realizadas na última quarta-feira (12) pelos mais de 130 sindicatos representados pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).

Clientes de bancos que forem a uma agência bancária poderão encontrar funcionando apenas os caixas eletrônicos. Porém, o sindicato afirma que, em geral, no primeiro dia de greve, a adesão dos trabalhadores pode não ser muito grande.

"A greve começa nesta terça nos principais corredores [locais com grande concentração de bancos, tais como o centro de São Paulo e a avenida Paulista] e depois vai atingindo e ampliando para um maior número de agências e também pegando as concentrações bancárias", disse Juvandia, em entrevista coletiva em São Paulo. "Os caixas eletrônicos vão funcionar. O cliente que for à agência vai ter o caixa eletrônico disponível. Mas não vai ter atendimento ao público".

Reivindicações
Os bancários reivindicam reajuste salarial de 10,25%, com 5% de aumento real, além de plano de cargos, carreira e salários, maior participação nos lucros e resultados (PLR) e mais segurança nas agências. A proposta oferecida pela Fenaban foi 6% de reajuste salarial (0,58% de aumento real).

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) afirmou em nota que "lamenta a decisão dos sindicatos de bancários de recorrer à greve e confia no diálogo para a construção da convenção coletiva". A entidade alertou a população de que muitas das operações bancárias poderão ser realizadas por meio dos caixas eletrônicos, internet banking, telefone e correspondentes bancários, tais como casas lotéricas, agências dos Correios e outros estabelecimentos credenciados.

Há quase 500 mil bancários em todo o Brasil, sendo 138 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A expectativa do sindicato é que a greve desse ano possa mobilizar mais do que os 42 mil bancários que entraram em greve no ano passado em São Paulo e na região metropolitana.

fonte: uol.com.br

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