terça-feira, 9 de outubro de 2012

Milhares de caminhoneiros encerram greve na África do Sul


Cerca de 15 mil caminhoneiros decidiram voltar ao trabalho na quarta-feira, 10, na África do Sul, após duas semanas de uma paralisação que afetou o abastecimento de combustível, dinheiro em espécie e produtos em geral.

A decisão, tomada nesta terça-feira por três pequenos sindicatos, gera uma pressão sobre o principal grupo de trabalhadores do setor, a União Sul-Africana de Transportes e Trabalhadores Aliados (Sawatu, na sigla em inglês), que representa cerca de 28 mil profissionais, e que convocou estivadores e ferroviários a também aderirem à greve.

O fim parcial da paralisação também deve reduzir as preocupações de investidores sobre o impacto da greve no crescimento econômico.

A moeda local, que na segunda-feira atingiu seu menor valor diante dólar em três anos e meio, estabilizou-se imediatamente depois da notícia da volta dos caminhoneiros ao trabalho, e foi vendida a 8,735 rands por dólar.

Grande parte do setor minerador, responsável por cerca de 6 por cento do PIB sul-africano, está praticamente parada há dois meses, devido a greves que envolvem mais de 75 mil mineiros (cerca de 15 por cento da força de trabalho).

Quase 50 pessoas foram mortas na atual onda de insatisfação trabalhista, sendo 34 delas alvejadas pela polícia em 16 de agosto, no mais grave incidente com as forças de segurança desde o fim do regime do apartheid, em 1994.

O Congresso Nacional Africano, partido do governo, está sendo criticado por deixar as greves se espalharem. A agência de qualificação de crédito Moody's reduziu em um ponto no mês passado a nota dos títulos públicos sul-africanos, dizendo que a gestão ineficiente provoca riscos econômicos em longo prazo.

Milhares de caminhoneiros têm saído às ruas, em protestos às vezes violentos, nos quais reivindicam aumentos salariais anuais de 12 por cento durante dois anos -- mais do que o dobro da taxa de inflação. Os patrões ofereceram um total de 18 por cento de aumento nos dois anos, e discutiram a questão salarial com a Sawatu na terça-feira.

"Estamos dispostos a ceder em nossas exigências, mas desde que os empregadores façam o mesmo", disse o porta-voz sindical Vincent Masoga, que não pôde comentar de imediato o acordo dos sindicatos menores para encerrar a greve. Uma entidade patronal disse na semana passada que a indústria do frete está perdendo 1,2 bilhão de rands (135 milhões de dólares) por semana devido à greve.

fonte: estadao.com.br

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