terça-feira, 9 de outubro de 2012

Médicos de todo o País suspendem atendimento a planos de saúde


Suspensão será por período de até 15 dias; veja como será a situação em cada Estado

Médicos em todo o país vão suspender o atendimento a pacientes de planos de saúde por um período de até 15 dias. O protesto, na maioria dos estados, está previsto para começar nesta quarta-feir,a 10.

Esta é a quarta paralisação anunciada pela categoria em dois anos. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), serão suspensas apenas consultas e cirurgias eletivas – serviços de urgência e emergência não serão afetados.

Sete unidades federativas anunciaram a suspensão do atendimento a todas as empresas de saúde suplementar do país. Em oito estados, o protesto vai atingir apenas operadoras de planos locais. Há ainda sete estados que irão realizar assembleias para definir os planos a serem atingidos.

Além do reajuste de honorários de consultas e outros procedimentos, a pauta de reivindicações inclui a inserção, em contrato, dos critérios de reajuste, com índices definidos e periodicidade e o fim da intervenção dos planos na relação médico-paciente.

De acordo com o vice-presidente do órgão, Aloísio Tibiriçá, as receitas dos planos de saúde no Brasil crescem, em média, 14% ao ano, mas o reajuste não é passado aos médicos. Segundo ele, o valor pago por consulta realizada já chegou a representar 40% dos gastos pelas operadoras, mas atualmente fica entre 14% e 18%.

“Defasou muito e está bem aquém da própria necessidade de sobrevivência do médico no consultório”, disse. “Vivemos um conflito permanente com os planos de saúde. Os quase 50 milhões de usuários estão em um gargalo de atendimento médico. Os planos não credenciam mais serviços ou mais médicos por contenção de custos”, completou.

Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) indicam que, entre 2003 e 2011, a receita das operadoras cresceu 192%, enquanto o valor médio pago por consulta aumentou 65%. Cálculos da própria categoria, entretanto, indicam que o reajuste foi 50%.

“A ANS suspendeu mais alguns planos por conta do tempo de espera. As emergências estão superlotadas, praticamente igual ao Sistema Único de Saúde (SUS). O mercado de saúde suplementar não atrai mais o médico, eles estão saindo. A situação vai piorar”, ressaltou Tibiriçá.

Para o vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB),  Lairson Vilar, as operadoras têm “boicotado” tratamentos de alto custo, reduzindo períodos de internação e dificultando exames mais caros. Segundo ele, estudo feito em São Paulo indica que dois em cada dez usuários de planos de saúde têm procurado o serviço público no lugar das clínicas credenciadas. “É impossível oferecer um serviço de qualidade face a um desequilíbrio tão grande”, destacou.

fonte: estadao.com.br

Médicos de SE e TO aderem à paralisação contra planos de saúde

Os médicos de Sergipe e Tocantins decidiram, em assembleia na noite de ontem, aderir a paralisação contra planos de saúde.

Ao todo, médicos de 18 Estados já declararam que vão participar da mobilização contra os planos de saúde, que começa nesta quarta-feira (10).

Os médicos reivindicam reajustes nos honorários, inserção de critérios, índices e periodicidade de reajustes nos contratos com as operadoras, reajustes coletivos para evitar a pressão sobre o médico, detalhamento nos contratos dos critérios para o descredenciamento do médico, e o fim da interferência dos planos nos atos médicos.

Essa é a quarta paralisação de atendimento aos planos no intervalo de um ano e meio. Dessa vez, as entidades planejam uma suspensão mais longa do atendimento eletivo --urgências e emergências não serão afetadas--, que pode se estender do dia 10 ao dia 25 de outubro.

A quantidade de dias parados e os planos de saúde que serão alvo do movimento foram decididos por cada Estado --alguns ainda farão assembleia para definir o alcance do movimento (veja relação abaixo).

Por enquanto, Sergipe é o que terá paralisação mais longa, de 10 a 25 de outubro contra todas as operadoras do Estado. Em São Paulo, a proposta é suspender o atendimento de 10 a 18 de outubro contra 12 operadoras.

Não haverá paralisação, segundo as entidades, em cinco unidades da federação: Distrito Federal, Amapá, Ceará, Pará e Roraima. Parte delas conseguiram reajustes após as últimas paralisações, outra parte considera que o momento ainda é para o diálogo.

Os pacientes com consultas eletivas marcadas nos dias de paralisação devem ser remarcados ou podem pagar pela consulta e pedir o reembolso aos planos, de acordo com as três entidades que coordenam o movimento: CFM (Conselho Federal de Medicina), Fenam (Federação Nacional dos Médicos) e AMB (Associação Médica Brasileira).

Movimento semelhante dos médicos contra os planos foi feito em abril e setembro de 2011 e em abril de 2012.

PROTESTO POR ESTADO

Veja abaixo o esquema de protestos que serão realizados em cada Estado. A informação é do CFM.

Acre: suspensão do atendimento a consultas e procedimentos eletivos para todos os planos de saúde entre os dias 10 e 17 de outubro;

Amazonas: suspensão do atendimento a consultas e procedimentos eletivos para todos os planos de saúde no dia 15 de outubro;

Bahia: protesto contra os planos de saúde terá início no dia 10, com término em 18 de outubro. Serão atingidas as operadoras que não negociaram, não cumpriram acordos ou que apresentaram propostas irrisórias;

Goiás: paralisação dos atendimentos eletivos entre os dias 17 e 19 de outubro. A suspensão atingira sete planos de saúde considerados os piores em atuação em no Estado;

Maranhão: paralisação dos atendimentos de 10 a 24 de outubro. Serão atingidos os planos que atrasam de forma sistemática o pagamento dos honorários dos profissionais, os que interferem na autonomia do médico, negando exames e postergando internações sem justificativa técnica, além daqueles que não adotam a CBHPM como referencia para cobrança de honorários;

Mato Grosso: paralisação do atendimento no dia 11 de outubro;

Mato Grosso do Sul: suspensão do atendimento a consultas e procedimentos eletivos para todos os planos de saúde entre os dias 10 e 17 de outubro;

Minas Gerais: suspensão de atendimentos eletivos através dos planos de saúde e cooperativas médicas que operam planos de saúde entre os dias 10 e 18 de outubro. Durante o período, o atendimento será realizado através de cobrança direta ao paciente, praticando os valores de procedimentos tendo como referência a CBHPM 2011 e consulta sugerida de R$ 80. Com os recibos, os pacientes poderão pedir reembolso;

Paraná: suspensão do atendimento às operadoras de saúde de 10 a 24 de outubro. Durante o período, a cobrança das consultas e procedimentos eletivos será realizada diretamente do paciente, que receberá recibo para solicitar reembolso;

Pernambuco: entre os dias 8 e 14 de outubro, o movimento médico de Pernambuco dará início à divulgação das causas do movimento, com ato público no dia 10. Na semana seguinte, de 16 a 19 de outubro, serão paralisados os atendimentos a alguns planos do Estado (planos-alvo);

Piauí: mobilização dos médicos do dia 10 a 14 de outubro em apoio ao movimento nacional contra os abusos cometidos pelos planos e seguros de saúde. Em respeito aos usuários de planos de saúde, as entidades médicas locais estão fazendo divulgação tanto na imprensa como através de material informativo distribuídos nos hospitais e clínicas ligadas à rede credenciada;

Rio Grande do Norte: suspensão do atendimento e manifestação em frente à Assembleia Legislativa no dia 10 de outubro. Uma assembleia será realizada à noite, para decidir se a paralisação continua;

Rio Grande do Sul: suspensão de 15 a 17 de outubro as consultas e os procedimentos não urgentes de usuários de seis planos que mantêm mau relacionamento com a categoria no Estado;

Rondônia: o atendimento será suspenso no período de 15 a 17 de outubro;

Santa Catarina: suspensão do atendimento entre os dias 15 e 19 de outubro, dos planos de saúde que ainda não firmaram acordo com o Conselho Superior das Entidades Médicas de Santa Catarina;

São Paulo: paralisação do atendimento eletivo aos planos de saúde de 10 a 18 de outubro como protesto contra práticas abusivas das empresas e a defasagem inaceitável dos procedimentos médicos. Na noite de segunda-feira, novos planos serão acrescentados à lista, que será divulgada na terça-feira (9);

Sergipe: paralisação do atendimento de todos os planos de saúde do Estado, entre os dias 10 e 25 de outubro;

Tocantins: paralisação do atendimento de dez os planos de saúde do Estado, entre os dias 15 e 25 de outubro;

Paraíba e Rio de Janeiro: assembleia prevista para quarta-feira (10);

Espírito Santo: assembleia prevista para segunda-feira (15);

Amapá, Ceará, Distrito Federal, Pará e Roraima: não haverá suspensão do atendimento, mas, em apoio ao movimento nacional, as entidades médicas locais realizarão atos públicos, audiências e coletivas para esclarecer os motivos do movimento nacional contra os planos de saúde.

fonte: folhasp.com.br

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