terça-feira, 13 de novembro de 2012

Coletores de lixo encerram a greve em São Vicente, SP


A greve dos coletores de lixo de São Vicente, no litoral de São Paulo, terminou na noite desta segunda-feira (12), após o sindicato chegar a um acordo com a empresa Termaq. Ao todo, 90 funcionários estavam de braços cruzados.

Em vários pontos da cidade, a cena se repetiu durante o dia. Lixo espalhado pelas ruas, pelas calcadas, caçambas transbordando. “Fica aquele lixo na porta e aparece rato, aparece barata, aparece um monte de coisas na frente. Aparece cachorro, rasga o lixo. Fica a maior nojeira”, diz a empregada doméstica Denise dos Santos.

A situação foi um reflexo da greve de parte dos funcionários que fazem a coleta do lixo em São Vicente. Eles alegaram que estão sem receber alguns benefícios e, por isso, decidiram cruzar os braços nesta segunda-feira. “Não pagou nosso vale transporte, não tem data para pagar vale transporte dos trabalhadores, e tem uns 10 ou 12 trabalhadores que incluiu no convênio nosso o nome da esposa, do filho e está há cinco meses esperando a carteirinha”, afirma o diretor do Sindlimpeza, Rafael Pereira da Silva.
Os trabalhadores reclamaram ainda das más condições dos caminhões. "O caminhão que nós estamos trabalhando está há nove anos na empresa, estão sucateados. O motorista não aguenta trabalhar mais: caminhão sem extintor, cheio de barata, cheio de buraco”, afirma um dos coletores.

Já no bairro do Japuí, os pais reclamam de falta de merenda na creche comunitária. Eles afirmam que há quase um mês começou a faltar alguns ítens do cardápio das crianças. “As crianças só tem arroz e feijão, não tem mistura, as tias da creche que estão comprando com o próprio dinheiro delas as misturas. Meu filho entra as 7h e sai às 17h, mas eu estou tendo que buscá-lo às 11h30 porque não tem como o menino comer, não vou deixar o meu filho o dia inteiro com fome”, afirma Simone Messias.

Os responsáveis pelos alunos dizem que os funcionários chegaram a pedir para que as crianças não fossem às aulas. “Teve funcionário que comentou o fato e perguntou que tal se eu pudesse não mandar a criança, porque não tinha nada no estoque”, diz Ademir Albino, avô de um aluno.

“A criança tem o direito constitucional, é obrigação do Estado, através da prefeitura municipal, ela tem que dar a condição para a criança, não só para a minha neta, mas para todas as crianças do município”, diz Jaconias Prado, avô de uma aluna.

O próximo prefeito da cidade, Luis Claudio Bili, que vai tomar posse em janeiro, disse que vê com preocupação essas situações. E segundo ele, outros setores também apresentam problemas. “Eu espero daqui a quatro ou talvez oito anos, passar o bastão de uma forma mais tranquila para o meu sucessor. Ninguém quer entregar a cidade do jeito que eu estou recebendo, né? Eu acredito que é falta de gestão e, infelizmente, esse descontrole foi generalizado em todos os órgãos”, diz Bili.

Para tentar equilibrar as contas da prefeitura, Bili anuncia como uma das principais medidas, corte de funcionários. ”Com certeza enxugar a máquina administrativa, mas assim enxugar de fato, de fato mesmo não ficar só nas palavras e fazer uma gestão no tocante. Os imóveis alugados que são mais de 500, boa parte deles nós precisamos otimizar. Não tenha dúvidas que muitos imóveis não tem necessidade. Estão pagando aluguéis, alguns deles, valores altíssimos”, afirma Bili.

Em nota, a prefeitura diz que quanto a falta de merenda escolar, apesar do que foi dito pelos pais dos alunos, a Secretaria Municipal de Educação garante que não falta merenda em nenhuma creche da cidade de São Vicente.

Quanto às críticas feitas pelo futuro prefeito da cidade, sobre o número de funcionários, a prefeitura disse que dos 7.000 servidores, 358 são cargos de comissão, aqueles que são contratados sem concurso público. E que mantém hoje 154 imóveis alugados, e não quase 500 como foi dito por Billi. Ainda segundo a prefeitura, esses imóveis são alugados para serviços importantes, como creches, prontos-socorros e postos de saúde.

fonte: g1.com.br

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