sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Greve já provoca falta de gás no Estado de São Paulo


A greve dos trabalhadores das distribuidoras de botijões de gás de cozinha de São Paulo já provoca escassez do produto e alta de preço em várias cidades do Estado. O movimento, decretado nesta semana, não afeta o gás encanado, segundo a Comgás.

Na Grande São Paulo, o estoque está em torno de 10%. "Se não voltar, entre domingo [amanhã] e segunda-feira faltará gás", diz Robson Carneiro, presidente do sindicato das revendedoras da região metropolitana de São Paulo.

Os trabalhadores reivindicam reajuste de 7,39% mais 2,1% de participação nos lucros e resultados (PLR). A proposta patronal é de 6% de reajuste mais 1,6% de PLR.

No interior, os estoques estão até 90% abaixo do normal e há falta em cidades como Sorocaba, Campinas, São Carlos e Araraquara.

"O gás está racionado em todo o Estado", disse Giovanni Buzzo, presidente do Siregás, que representa revendedores do interior.

As distribuidoras de gás da cidade de Paulínia (a 119 km da capital), responsável pelo abastecimento de quase 50% do Estado, passam por uma paralisação completa.
Buzzo afirma que já há problemas em indústrias e escolas. Para amenizar o problema, as revendas estão recebendo botijões de distribuidoras do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Paraná, mas há limites de cotas.

Há registros de ágio de mais de 100%, com botijões a R$ 100, segundo Buzzo.

A distribuição está restrita a creches, hospitais e postos de saúde, segundo Marcos Casa, assessor político do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Campinas e Região.

Em São José dos Campos, o preço que tem sido cobrado pelo gás de cozinha é de R$ 70, quando o normal seria entre R$ 40 e R$ 45. Isso também está acontecendo no Vale do Paraíba, no Litoral Norte e na Serra da Mantiqueira.

GRANDE SÃO PAULO

Com a paralisação, 500 mil toneladas de gás deixam de ser engarrafadas por dia nas cinco unidades de distribuição da Grande São Paulo, sendo 185 mil toneladas de gás domiciliar. O setor tem aproximadamente 5.000 e cerca de 3.000 indiretos, segundo a diretora do Sindminérios, Valéria Medeiros.

Os TRT de São Paulo e Campinas determinaram funcionamento mínimo de 30% da produção na região metropolitana e 40% nos municípios do interior.
A situação só deve se normalizar após o julgamento do dissídio, na próxima semana (veja quadro), mas pode ser atrasado pelo feriado da República, no dia 15.

O presidente do Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo), Sérgio Bandeira de Mello, diz que a proposta foi aprovada no Distrito Federal (DF) e em todos os Estados, exceto em São Paulo.

Segundo Mello, as distribuidoras não devem atender à reivindicação dos trabalhadores em função dos resultados financeiros das empresas neste ano.

As negociações começaram em 4 de setembro --a data-base da categoria é dia 1º do mesmo mês. A última reunião aconteceu nesta quinta-feira (9/11), no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), mas não houve acordo.

INTERIOR

As distribuidoras de gás da cidade de Paulínia (a 119 km da capital), responsável pelo abastecimento de quase 50% do Estado, passam por uma paralisação completa dos funcionários.

A situação é definida como "crítica" pelo presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás de Campinas e Região, Giovanni Buzzo. "O estoque de gás é praticamente zero", diz.

Segundo ele, somente nesta sexta-feira (9) o centro de distribuição de Paulínia conseguiu distribuir gás, graças à transferência de trabalhadores de outras unidades. "Ficou quase uma semana sem sair [gás da unidade]", disse.

REIVINDICAÇÕES

Na próxima terça-feira (13), ocorre uma audiência de conciliação entre o sindicato patronal e os dois sindicatos de trabalhadores que lideram a greve.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo de Campinas e Região, José Martins, os percentuais exigidos pela Justiça já estão garantidos com o funcionamento de duas distribuidoras na região.

O produto, entretanto, não está sendo distribuído porque o sindicato que representa os distribuidores não foi notificado oficialmente da decisão judicial, segundo Martins.

A distribuição está restrita a creches, hospitais e postos de saúde, segundo Marcos Casa, assessor político do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Campinas e Região. "Há desabastecimento em diversas partes do Estado", disse.

Em caso de descumprimento da ordem da Justiça, a multa diária é de R$ 10 mil.

Segundo o Sindigás, caso a ordem não seja cumprida, o abastecimento na região e no Centro-Oeste, que também é suprido pelas empresas de gás baseadas em Paulínia, pode ser afetado.

fonte: folhasp.com.br

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