sábado, 27 de julho de 2013

Protestos continuam na Tunísia, e sindicato chama greve geral

A Tunísia enfrenta hoje manifestações em massa e uma greve geral após o assassinato, ontem, de um influente líder de sua oposição secular.

Apesar de em menor escala, os protestos recentes evocam a memória das multidões que foram às ruas em 2011 -em meio também a uma greve geral- para pedir a deposição do então ditador Zine el Abidine Ben Ali.

A companhia aérea nacional Tunisair cancelou todos os voos previstos para hoje.

Muhammad al-Brahimi, 58, foi morto com 11 tiros disparados por autores ainda desconhecidos diante de sua casa, na presença de sua filha e de sua mulher. Ele tinha uma posição crítica contra o governo dominado por islamitas, na Tunísia.
Tunisianos protestam pela morte de político da oposição Mohamed Brahimi
O opositor havia renunciado ao cargo de secretário-geral do Movimento Popular, partido tunisiano de esquerda, em 7 de julho, afirmando que a organização havia sido "infiltrada" por islamitas.

O ministro do Interior tunisiano, Lotfi Ben Jeddou, afirmou nesta sexta que o principal suspeito da morte é Boubakr Hakim, francês que teria envolvimento com uma célula da rede terrorista Al Qaeda. Ele também é acusado de ter relação com o assassinato de outro líder opositor, Chokri Belaid, morto em fevereiro.

A polícia disparou gás lacrimogêneo contra os milhares de manifestantes que, desde ontem, protestam em Túnis e na cidade de Sidi Bouzid, berço da Primavera Árabe e local de nascimento de Brahimi.

As manifestações podem ter sérias consequências políticas, a exemplo dos protestos vistos após a morte do líder secular Chokri Belaid, em 6 de fevereiro deste ano. À ocasião, Hamadi Jebali, então premiê da Tunísia, renunciou ao cargo.

A comunidade internacional reagiu com críticas ao anúncio da morte de Brahimi, com o Departamento de Estado americano afirmando não haver "espaço para a violência na transição democrática tunisiana".

A crise política na Tunísia tem envolvido frequentes conflitos entre opositores seculares e islamitas, a exemplo do visto em outros países da região na sequência da Primavera Árabe.

Com a deposição de Mohammed Mursi em 3 de julho, no Egito, há receio de que a Tunísia seja contaminada também por manifestações anti-islamitas.

fonte: folhasp.com.br

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