sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Greve na África do Sul se agrava e Shell declara que não conseguirá honrar seus contratos para entrega de petróleo

a greve de duas semanas com mais de 20 mil caminhoneiros está afetando a principal economia da África.


A Shell na África do Sul disse nesta sexta-feira que não conseguirá honrar seus contratos para entrega de petróleo no entorno de Johanesburgo, o primeiro sinal de que a greve de duas semanas com mais de 20 mil caminhoneiros está afetando a principal economia da África.

Semanas de greves sem controle atingiram o país, empurrando o rand (moeda africana) para perto da mínima de três anos em relação ao dólar e levantando questões sobre a capacidade do Congresso Nacional Africano em lidar com a crise.

"Há combustível disponível em todo o país, então a questão não é o fornecimento de combustível, mas o desafio de entregá-lo de forma segura nas redes de varejo", disse a Shell depois de invocar a cláusula de "força maior", que permite quebra de contrato devido a situações fora de controle.

Outras companhias de petróleo estão evitando a medida e não seguiram ainda a decisão da Shell.

O sindicato dos transportadores Satawu está instigando os ferroviários e os trabalhadores portuários a se juntarem à greve na próxima semana.

O setor de mineração, que responde por cerca de 6 por cento do PIB do país, tem sido particularmente afetado pela greve, com o maior número de participantes do movimento entre os trabalhadores dos setores de platina, ouro e minério de ferro.

Próximo do "cinturão de platina" na cidade Rustenburg, 120 km a noroeste de Johanesburgo, trabalhadores disseram que um minerador foi morto por uma bala de borracha por um policial durante a madrugada, elevando o número de mortes a 48.

A greve também se estendeu para o setor manufatureiro pela primeira vez nesta semana, com trabalhadores da Toyota, em Durban, paralisando operações pedindo por aumento de salário.

"Até onde eu sei, os trabalhadores retornaram ao trabalho e a produção foi reiniciada", disse o porta-voz da Toyota, Leo Kok.

A produção de carvão do país, um dos principais fornecedores mundiais, ainda não foi muito afetada. Se a greve se espalhar para o setor, ela poderá afetar o fornecimento para a Eskom, da área de energia, que já vem lutando para evitar a crise de 2008, quando o sistema quase parou. Cerca de 85 por cento da eletricidade do país é gerada a partir de plantas abastecidas com carvão. 

fonte: estadao.com.br

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