sexta-feira, 14 de março de 2014

Grevistas desafiam Justiça e barram remoção de detentos

Os agentes penitenciários de São Paulo desafiaram a Justiça e barraram nesta sexta-feira, 14, a remoção de aproximadamente 250 detentos do "Linhão Caipira", na Penitenciária de Dracena, no interior do Estado. Cerca de 150 grevistas participaram dos piquetes que bloquearam a entrada do presídio e impediram que caminhões e ônibus entrassem na unidade para fazer a troca de veículos. Os piquetes foram feitos um dia após o Governo do Estado obter liminar da Justiça proibindo os grevistas de impedir o transporte e a remoção de detentos e de dificultar o cumprimento dos direitos da comunidade carcerária. Para garantir que ninguém pudesse entrar na unidade, diretores de sindicatos lacraram o único portão de entrada da penitenciária de Dracena com barras de ferro retorcidas.

O "Linhão Caipira" é formado por dezenas de caminhões e ônibus transportando detentos que estão sendo transferidos de um presídio para outro, ou saindo de centros de detenção provisória para cumprir pena nas penitenciárias. Eles saem de diversas unidades do interior e se encontram em Dracena, onde a troca de detentos é feita entre os veículos. A troca desta sexta-feira previa que 550 detentos seriam trazidos a Dracena, mas além do piquete, muitos ''bondes'' não saíram de suas unidades porque os agentes impediram.

Nos piquetes, os grevistas barraram oito caminhões e um ônibus com aproximadamente 150 detentos. Eles se posicionavam na rua de entrada do presídio e quando surgia um "bonde" paravam de mãos dadas em frente aos veículos, para impedir a passagem. Depois de gritar palavras de ordem e contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), os manifestantes, muitos vestidos com camisetas e coletes da CUT e Força Sindical, aplaudiam quando os veículos voltavam de ré ou faziam o retorno - quase sempre depois de agentes conversarem com os motoristas.

Além de detentos, advogados também foram impedidos de entrar na unidade, como o criminalista Robson Fernandes, que disse ser morador de São Bernardo do Campo e teria viajado 700 quilômetros para visitar seu cliente. "Eu sabia da greve, acho que ela é justa, mas imaginei que houvesse bom senso, pois toda a greve tem de atender a população", disse. Sem poder entregar um documento ao seu cliente, Fernandes disse que voltaria em seguida para sua cidade.

fonte: estadao.com.br

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